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Câmara aprova projeto que limita decisões individuais dos ministros do STF

O projeto ainda poderá ser alterado no Senado

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Deputados na sessão do Plenário - Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (22) o projeto de lei que estabelece regras para as decisões monocráticas, ou seja, decisões individuais, dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O projeto, de autoria do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) e relatoria de Alex Manente (Cidadania-SP), foi aprovado após rejeição de recurso do partido Novo, impedindo a votação direta no plenário da Câmara. Agora, o texto segue para análise no Senado Federal.

Principais pontos da proposta:

  • Toda decisão monocrática deve ser justificada e baseada em entendimento já consolidado pelo plenário;
  • A decisão individual deve ser incluída automaticamente na pauta da sessão seguinte para análise colegiada; caso contrário, a decisão será anulada;
  • Decisões que impliquem prisão devem ser reavaliadas a cada 90 dias, em conformidade com o Código de Processo Penal;
  • Restrição do direito de propor ações no STF (como ADI, ADC, ADPF) apenas a partidos que cumpram a cláusula de barreira, limitando o acesso de pequenos partidos.

O projeto formaliza práticas internas já adotadas desde 2022, quando a então presidente do STF Rosa Weber instituiu normas para limites ao uso de decisões monocráticas, buscando mais segurança jurídica e racionalidade no sistema. A proposta visa harmonizar a relação entre os Poderes e coibir o uso abusivo dessas ações judiciais individuais.

Parte da oposição e especialistas questiona a constitucionalidade de restringir o acesso às ações diretas de constitucionalidade a partidos com cláusula de barreira, por violar o artigo 103 da Constituição Federal, que garante esse direito a todas as legendas com representação parlamentar.

Durante a votação, a maioria dos partidos seguiu a orientação contra o recurso apresentado pelo Novo. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), pediu lealdade à base aliada, afirmando que a decisão veio do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

O projeto ainda poderá ser alterado no Senado e, caso modificado, retornará para nova apreciação na Câmara antes da sanção presidencial.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.