Após dois anos de guerra, destruição e milhares de mortos, a população palestina voltou às ruas de Gaza nesta quarta-feira (8) para celebrar o anúncio de um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
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O acordo, mediado pelos Estados Unidos no âmbito do chamado “Plano de Trump”, prevê trégua imediata e libertação de reféns e prisioneiros, reacendendo um sentimento de esperança em meio aos escombros.
Gaza celebra em meio à devastação
Nas ruas devastadas da Faixa de Gaza, fogueiras foram acesas, bandeiras palestinas erguidas e cânticos ecoaram entre os escombros. “Queremos acreditar que essa trégua vai durar. O povo de Gaza precisa de paz para viver e enterrar seus mortos”, disse o enfermeiro Ayman al-Khatib, que perdeu familiares durante os bombardeios.
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De acordo com mediadores do Catar e do Egito, o cessar-fogo deve entrar em vigor nas próximas horas.
Primeira fase do “Plano de Trump”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou o acordo em publicação nas redes sociais. Segundo ele, Israel e Hamas aceitaram os termos da primeira fase do plano de paz.
“Todos os reféns mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 serão libertos nos próximos dias”, afirmou Trump.
A proposta prevê 72 horas para a liberação dos reféns, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Segundo o governo israelense, 48 reféns ainda estão sob poder do Hamas — 20 deles vivos — e a libertação deve começar no sábado (11).
O Hamas, por sua vez, pediu mais tempo para devolver os corpos das vítimas mortas em cativeiro. Em contrapartida, Israel se comprometeu a soltar mulheres e menores palestinos presos.
Ruínas, celebração e cautela
Mesmo cercadas por destruição, famílias voltaram a dançar nas praças onde antes caíam bombas. Crianças exibiam cartazes com mensagens de “fim da guerra” e pediam reconstrução.
“É um dia de alívio. Queremos apenas reconstruir nossas casas e ver nossos filhos crescerem sem medo”, disse Lina Abu Ziyad, professora entrevistada pela agência palestina Wafa.
Mas o clima é de esperança contida. O último cessar-fogo — também mediado por Trump em janeiro — durou menos de dois meses e foi rompido unilateralmente por Israel em março, reacendendo os ataques que mataram milhares de civis.
Colapso humanitário continua
Analistas alertam que, mesmo com a trégua, a crise humanitária em Gaza segue crítica. “O povo palestino já viu cessar-fogos quebrados antes. Mas ainda assim, cada pausa significa vidas salvas”, afirmou o analista político Mohammed Darwish.
Desde 2023, Gaza enfrenta o que a ONU e organizações internacionais classificam como o pior colapso humanitário do século. Hospitais seguem sem energia, bairros inteiros foram arrasados e mais de 35 mil pessoas morreram, segundo o Ministério da Saúde palestino.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		