O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou sua residência em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar, na tarde desta terça-feira (16) com crise de pressão, vômitos e soluços, sendo encaminhado ao hospital DF Star para atendimento médico. Este é o segundo deslocamento médico do ex-presidente em três dias, após procedimento para retirada de lesões cutâneas no domingo (14).
Segundo fontes médicas, Bolsonaro apresentou piora no estado geral de saúde, com sintomas agudos que necessitaram de intervenção hospitalar. O ex-presidente já havia recebido diagnóstico de anemia por deficiência de ferro durante os exames realizados no domingo, quando também foi identificada “imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração” em tomografia do tórax.
Qual o histórico médico recente
No domingo (14), Bolsonaro passou por procedimento cirúrgico para “retirada cirúrgica de lesões cutâneas” no mesmo hospital. De acordo com boletim médico, foi realizada “exerese marginal de oito lesões de pele, localizadas no tronco e no membro superior direito” sob anestesia local e sedação.
O hospital informou que será realizada biópsia das lesões retiradas e uma avaliação do tratamento complementar. No domingo, Bolsonaro recebeu reposição de ferro por via endovenosa para tratar a anemia e teve alta hospitalar com recomendações para seguir tratamento da hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas de broncoaspiração.
Como a prisão domiciliar afeta a saúde
A prisão domiciliar impõe restrições significativas ao acesso a serviços de saúde, embora permita deslocamentos para atendimento médico autorizado. Especialistas em medicina penitenciária alertam que o confinamento prolongado pode agravar condições pré-existentes e gerar novos problemas de saúde, especialmente em pacientes idosos com histórico médico complexo como Bolsonaro.
O ex-presidente, de 70 anos, acumula um extenso histórico médico que inclui múltiplas cirurgias abdominais decorrentes do atentado sofrido em 2018 durante a campanha eleitoral, além de problemas dermatológicos crônicos e complicações respiratórias.
Qual o contexto político
A crise de saúde de Bolsonaro ocorre em um momento politicamente sensível, poucos dias após sua condenação a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes relacionados aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O episódio também coincide com a votação da PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados e as articulações para anistia dos envolvidos nos ataques antidemocráticos, pautas defendidas fervorosamente pela base bolsonarista.
O que significa clinicamente
A anemia por deficiência de ferro identificada em Bolsonaro é um distúrbio nutricional comum, mas que pode causar fadiga, fraqueza e complicações cardiovasculares se não tratada adequadamente. A condição, somada aos resquícios de pneumonia e problemas de pressão arterial, configura um quadro clínico que requer monitoramento constante.
O tratamento com reposição de ferro endovenoso indica que a anemia era significativa o suficiente para necessitar de intervenção mais agressiva que a suplementação oral tradicional.
