Brasília — 13 de agosto de 2025 — O Supremo Tribunal Federal (STF) elegeu nesta quarta-feira o ministro Edson Fachin como presidente da Corte, tendo Alexandre de Moraes como vice-presidente. A posse está marcada para 29 de setembro e a nova gestão comandará o tribunal pelos próximos dois anos, mantendo a tradição de antiguidade na escolha da presidência.
Eleição reafirma prática histórica no STF
A votação foi simbólica, secreta e feita por sistema eletrônico, como determina a liturgia do tribunal. Pelo costume, o cargo é ocupado pelo ministro mais antigo que ainda não tenha exercido a função. Fachin, que completou dez anos no Supremo em julho, sucede Luís Roberto Barroso, cujo estilo midiático marcou a última gestão.
Na sessão, Barroso ironizou a passagem de comando: “É duro, mas é bom”. Fachin respondeu em tom institucional: “O bastão chegou aqui e recebo com o sentido de missão e com a consciência de um dever a cumprir”.
Perfil e trajetória de Edson Fachin
Natural de Rondinha (RS), com 67 anos, Fachin se formou em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), fez mestrado e doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pós-doutorado no Canadá. Atuou como professor em universidades brasileiras e internacionais.
Indicado ao STF em 2015 pela então presidenta Dilma Rousseff (PT), acumulou mais de 53 mil processos relatados, incluindo casos da Operação Lava Jato herdados após a morte do ministro Teori Zavascki em 2017. Recentemente, foi relator da ADPF das Favelas, que estabeleceu regras para operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro, encerrada após consenso dos ministros — sinal de que sua presidência buscará acordos em temas complexos.
Alexandre de Moraes prepara sua vez
Como vice, Alexandre de Moraes atuará de forma estratégica, apoiando Fachin e estruturando o caminho para assumir a presidência em 2027.
Moraes já se consolidou como uma das figuras mais combativas contra ataques às instituições democráticas e à propagação de fake news, papel que deve manter no colegiado.
