O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o Congresso Nacional após a Câmara dos Deputados retirar de pauta a Medida Provisória que previa alternativas ao aumento do IOF e a taxação dos super-ricos.
A MP, que caducou na quarta-feira (8), buscava equilibrar a carga fiscal e ampliar a contribuição de grandes fortunas e investidores de alto rendimento.
Durante a inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD, em Camaçari (BA), Lula afirmou que parte do Congresso “votou contra os interesses do povo brasileiro”.
“Ontem foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste País, daqueles que ganham muito e pagam pouco”, declarou.
Segundo o presidente, o objetivo da proposta era corrigir distorções tributárias e garantir justiça fiscal. Ele reforçou que a população de baixa renda “não aceitará passivamente” a decisão dos parlamentares.
“Se um trabalhador pode pagar 27,5%, por que um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos um acordo para 12% e eles não quiseram pagar”, disse Lula.
“Eles podem saber que é uma questão de dias, eles vão pagar o imposto que merecem, porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato.”
MP contra privilégios
A Medida Provisória rejeitada previa aumento da alíquota sobre rendimentos financeiros, tributação de lucros de fintechs, e regras para apostas e criptomoedas. A equipe econômica do governo estimava arrecadar R$ 17 bilhões em 2026 com as medidas.
A derrota foi considerada um revés político para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que agora busca novas fontes de receita para equilibrar o Orçamento de 2026 sem penalizar os mais pobres.
Fábrica da BYD e reindustrialização
Durante o evento na Bahia, Lula também destacou o compromisso do governo com a reindustrialização verde e o investimento em tecnologias limpas. A nova fábrica da BYD, instalada no antigo complexo da Ford, representa um investimento de R$ 5,5 bilhões e deve gerar cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.
“A BYD é o símbolo de um novo ciclo de desenvolvimento: com emprego, inovação e energia limpa”, afirmou Lula.


