O Ministério Público da Itália apresentou parecer favorável à extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa cautelarmente em Roma por decisão da Justiça italiana, que aponta grave risco de fuga da parlamentar.
A Advocacia-Geral da União (AGU) acompanha o processo para garantir o cumprimento da sentença brasileira.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em associação com o hacker Walter Delgatti Neto. A condenação refere-se a ataques cibernéticos usados para difundir desinformação contra o Poder Judiciário. Posteriormente, a parlamentar recebeu outra pena de 5 anos e 3 meses em regime semiaberto por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
Após a primeira condenação, antes do trânsito em julgado, Zambelli deixou o Brasil, fugindo pela Argentina, passando pelos Estados Unidos e se escondendo na Itália, país do qual possui cidadania. Ela foi incluída na lista vermelha da Interpol e presa em julho de 2025, depois da cooperação entre as autoridades brasileiras e italianas.
Além da extradição, a parlamentar pode perder o mandato quando não houver mais possibilidade de recursos, e atualmente acumula faltas na Câmara que podem levar à cassação por quebra de decoro parlamentar. Sua defesa recorreu à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) solicitando soltura, alegando problemas de saúde e supostas violações de direitos fundamentais durante o processo.
Este caso reforça o embate judicial e político envolvendo figuras alinhadas ao bolsonarismo, com desdobramentos significativos nas disputas institucionais no Brasil.


