São Paulo, 23 de julho de 2025 — O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo tornou Pablo Marçal (PRTB) inelegível até 2032. É a terceira condenação por conduta antidemocrática em menos de um ano.
Condenação após condenação
A Justiça Eleitoral paulista confirmou o que já se tornou um padrão: Pablo Marçal, coach, empresário e influenciador bolsonarista, operou fora das regras. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) o condenou pela terceira vez por práticas abusivas na campanha à Prefeitura da capital em 2024. Com a nova sentença, ele permanece inelegível até 2032.
A decisão, assinada pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, considera que Marçal atentou contra a equidade do processo democrático ao usar seu site pessoal como meio de propaganda irregular, orientando eleitores a imprimirem seu próprio material de campanha. Segundo o magistrado, isso representou uma “transferência de custos vedada por lei” — prática proibida pela legislação eleitoral.
Discurso de ódio como estratégia
Mas o problema não se limitou à publicidade ilegal. A sentença também cita declarações de Marçal que associaram Guilherme Boulos ao uso de drogas e atacaram diretamente o sistema eleitoral com insinuações de corrupção. O conjunto de infrações, afirma o juiz, revela um padrão de desrespeito às instituições e à integridade do pleito, mesmo após o candidato ter sido derrotado já no primeiro turno.
A conduta do influencer é vista como reincidente, deliberada e corrosiva. A sentença observa que, mesmo fora do segundo turno, Marçal insistiu em tensionar o ambiente político, alimentando desinformação e confrontando diretamente as normas estabelecidas.
Abusos recorrentes e desobediência judicial
A nova condenação amplia a lista de sanções acumuladas por Marçal desde o início de 2024. Em fevereiro, ele já havia sido declarado inelegível por abuso de poder político e econômico — após oferecer apoio político em troca de transferências via Pix no valor de R$ 5 mil. Dois meses depois, foi multado em R$ 420 mil por desobedecer uma liminar relacionada ao mesmo processo.
Para o PSB, que moveu a ação, a decisão do TRE-SP é um avanço necessário. “A sentença reafirma que não há espaço para atalhos eleitorais nem para candidaturas que funcionam como vitrines empresariais travestidas de discurso político”, declarou o advogado Rafael Carneiro. Junto com Hélio Silveira, ele argumentou que Marçal instrumentalizou redes sociais, seguidores e estruturas corporativas para fins eleitorais ilícitos.
Perguntas e Respostas
Por que Pablo Marçal foi condenado novamente?
Por uso irregular de site pessoal, propaganda ilegal e ataques à Justiça Eleitoral durante a campanha de 2024.
O que diz a nova decisão da Justiça?
Que Marçal transferiu custos aos eleitores e feriu a equidade do processo eleitoral.
Quantas vezes ele já foi condenado?
Três. Esta é a terceira condenação em menos de um ano.
Qual a consequência direta da nova sentença?
Marçal segue inelegível até 2032 e permanece fora de qualquer disputa eleitoral.
Ele pode recorrer da decisão?
Sim, mas as chances de reversão são consideradas mínimas por especialistas eleitorais.