Brasília – 21 de agosto de 2025 – A Polícia Federal montou uma cela temporária para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso seja decretada prisão preventiva. Localizada no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, a unidade possui banheiro reservado, cama, mesa de trabalho, cadeira e televisão. O preparativo acompanha investigações que confirmam descumprimento judicial e risco de fuga.
Estrutura semelhante à de Lula garante custódia segura
Chamado informalmente de “cela de Bolsonaro”, o espaço segue os moldes da que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da PF no Paraná, entre 2018 e 2019. Fontes da PF afirmam que a sala foi reestruturada após consulta à Vara de Execuções Penais do DF, mas não tinha foco exclusivo no ex-presidente e pode ser usada por outras autoridades.
Relatório da PF reforça risco de prisão preventiva
O documento da PF, enviado ao ministro Alexandre de Moraes, revela que Bolsonaro enviou mais de 300 mensagens e vídeos pelo WhatsApp após ser proibido de usar redes sociais em 21 de julho. Segundo os investigadores, a intenção era “burlar a ordem de proibição da Justiça”, configurando descumprimento reiterado de medidas cautelares.
Além disso, o material apreendido inclui rascunho de pedido de asilo político à Argentina, dirigido ao presidente Javier Milei, considerado prova de “risco concreto de fuga”.
Malafaia e Trump: pressão política internacional
Áudios atribuídos ao pastor Silas Malafaia indicam que atuava como conselheiro de Bolsonaro, mantendo interlocução com aliados de Donald Trump. As conversas revelam tentativas de influenciar o STF e pressionar por “anistia” que suspendesse processos.
Movimentações financeiras suspeitas
A investigação identificou transferências incomuns: um dia antes de depor sobre Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para a conta da esposa, Michelle Bolsonaro, sem informar a autoridade policial. Eduardo teria usado a conta da própria mulher para movimentar recursos enviados pelo pai, configurando tentativa de ocultação de patrimônio.
Indiciamento e coação ao Estado Democrático
A PF indiciou Bolsonaro nesta quarta-feira (20) por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Investigadores apontam que ele e o filho Eduardo Bolsonaro atuaram juntos para pressionar os Estados Unidos e a Justiça brasileira, tentando interromper o julgamento do plano de golpe de Estado.
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