O presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, confirmou nesta terça-feira (16) que ofereceu a filiação e a candidatura presidencial de 2026 ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A proposta, revelada pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, é uma manobra do partido para capitalizar a fragmentação do campo conservador e se posicionar como uma alternativa viável na corrida pelo Planalto.
A estratégia do PRTB ocorre em um cenário de incertezas. A legenda de Valdemar Costa Neto sinaliza apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixando Eduardo Bolsonaro sem um espaço claro de poder. O PRTB, que abriga figuras controversas como o empresário Pablo Marçal, vê na popularidade do nome Bolsonaro uma oportunidade para ganhar relevância nacional.
Como uma candidatura virtual funcionaria
Eduardo Bolsonaro já defendeu publicamente a ideia de uma campanha presidencial totalmente virtual, algo inédito no Brasil. A legislação eleitoral não impede a candidatura de quem reside no exterior, desde que o candidato esteja em situação regular perante a Justiça Eleitoral.
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Contudo, o plano esbarra em desafios logísticos e de conexão com o eleitorado. A ausência de comícios, carreatas e contato físico direto testaria os limites da comunicação política tradicional. Especialistas questionam a eficácia de uma campanha que prescinde completamente do contato pessoal em um país de dimensões continentais e desigualdades digitais.
Quem mais está no jogo do PRTB
Leonardo Avalanche admitiu que a aposta em Eduardo Bolsonaro é apenas uma das cartas na mesa. O partido mantém conversas com outros nomes do espectro conservador, incluindo o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-governador Anthony Garotinho (Republicanos-RJ).
O mecanismo de escolha, segundo Avalanche, será cruamente pragmático: “Quem vencer ou melhor pontuar nas pesquisas presidenciais será o nosso candidato”. A declaração expõe a lógica de sobrevivência de microlegendas, que buscam se associar a qualquer figura com potencial de angariar votos, independentemente de alinhamento ideológico profundo ou projeto de país.
Por que esta articulação importa
A movimentação do PRTB é sintomática da crise de representação e da pulverização da direita brasileira após a derrota de 2022. A incapacidade de Jair Bolsonaro de unir o campo em torno de um sucessor óbvio abre espaço para que siglas nanicas tentem seduzir herdeiros políticos em busca de um palanque.
A aposta em Eduardo Bolsonaro, contudo, é de alto risco. Sua candidatura virtual é um experimento não testado e sua capacidade de mobilizar o eleitorado sem a máquina partidária do PL é questionável. Para o PRTB, o objetivo imediato parece ser menos sobre vencer e mais sobre garantir tempo de televisão e influência no jogo político nacional, usando o apelo de um sobrenome que ainda ressoa em parte do eleitorado.



