Brasília, 6 de agosto de 2025 — Um grupo de senadores articulou com o Supremo Tribunal Federal (STF) a revisão das medidas cautelares impostas ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
A negociação envolveu os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, e foi liderada por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O objetivo foi reduzir a crise institucional após a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), que inflamou a tensão entre os Poderes.
A tratativa, segundo apurou a colunista Malu Gaspar, ocorreu em uma reunião na casa do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, em Brasília, e contou com a presença de senadores governistas e independentes.
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Congresso evita derrota simbólica de Moraes
Pelo acordo, o Senado apresentará um pedido formal para revisar as cautelares. Moraes deve aceitar o recuo como parte de uma solução negociada. Em contrapartida, a Mesa Diretora do Senado se comprometeu a suspender futuramente o mandato de Marcos do Val por quebra de decoro parlamentar, com base em um artigo do Conselho de Ética que prevê punições provisórias em caso de divulgação de documentos sigilosos.
Durante a reunião, os senadores alertaram Moraes sobre o risco político de manter as restrições, lembrando o precedente de Aécio Neves, que teve medidas cautelares derrubadas em 2017 pelo plenário da Casa.
A crise ganhou força após Bolsonaro ser colocado em prisão domiciliar por decisão do STF. Desde então, aliados do ex-presidente iniciaram uma ofensiva contra o Supremo, obstruindo votações no Congresso e reunindo mais de 40 assinaturas para protocolar um pedido de impeachment de Moraes.
Parlamentares admitem que senador já deveria estar suspenso
Além de Alcolumbre e Maia, participaram da reunião os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM), Cid Gomes (PSB-CE) e Weverton Rocha (PDT-MA). O grupo avalia que Marcos do Val deveria ter sido cassado há meses, especialmente após admitir que portava armas ilegalmente e que chegou a cogitar grampear Alexandre de Moraes em um plano para anular as eleições de 2022. O parlamentar alegou que o plano teria sido discutido com Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira.
O uso da tornozeleira eletrônica foi determinado por Moraes após Do Val retornar dos Estados Unidos, onde desobedeceu uma ordem do STF e se recusou a entregar o passaporte. Ao desembarcar em Brasília, foi imediatamente conduzido pela Polícia Federal (PF) para instalação do dispositivo.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		