O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), informou a aliados nesta quinta-feira, 2 de outubro de 2025, que não disputará mais uma vaga para deputado federal nas eleições de 2026.
A decisão de Bacellar de permanecer na política estadual reflete uma estratégia pragmática de consolidação de poder, após o político ter sofrido uma “retração eleitoral” nos últimos meses, e uma avaliação de que a disputa federal seria “muito arriscada” no cenário de acentuada polarização política do Rio de Janeiro.
O Risco da Polarização e a Retração Eleitoral
A justificativa para o recuo de Rodrigo Bacellar está diretamente ligada ao aumento da polarização no Rio de Janeiro, que torna a eleição para o Congresso Nacional particularmente imprevisível e custosa. Embora o presidente da Alerj tenha uma atuação forte nos bastidores da política fluminense, seus aliados reconhecem que a falta de um apelo eleitoral maciço e a dificuldade em se destacar em um pleito nacional tornaram a candidatura federal um risco desnecessário.
Essa “retração eleitoral” sugere que o capital político de Bacellar está mais concentrado nas articulações internas e nas alianças regionais do que na aprovação popular, o que é insuficiente para um pleito federal. Além disso, o abandono da disputa federal liberta recursos e energia para focar em seu projeto de manutenção de poder no cenário estadual.
A Estratégia de Consolidação de Poder Regional na Alerj
O retorno à disputa por uma vaga na Alerj e a busca por mais um mandato como presidente da Casa, que é permitida por se tratar de uma nova legislatura, revela a real prioridade de Rodrigo Bacellar: consolidar sua influência regional.
O comando da Alerj oferece um poder político e orçamentário imenso no Rio de Janeiro, permitindo a distribuição de emendas e a articulação direta com a base de prefeitos e vereadores. Contudo, ao abrir mão de um cargo federal para manter o poder na Alerj, Bacellar demonstra preferir o controle de uma máquina legislativa estadual, com suas amplas benesses e articulações, a uma arriscada aventura em Brasília.
Essa decisão impacta diretamente o equilíbrio de forças no estado, mantendo o controle do Legislativo fluminense nas mãos de uma liderança focada na política de bastidores e no clientelismo regional.


