Incitação Bolsonarista

Jacqueline Muniz pede proteção após se ameaçada por criticar chacina no Rio de Janeiro

Antropóloga da UFF alvo de ataques virtuais após denúncia da Operação Contenção que deixou 121 mortos

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Antropóloga Jacqueline Muniz – Imagem: Reprodução/Rio TV Câmara

A professora e antropóloga do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF)Jacqueline Muniz, solicitou ingresso no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos, após sofrer ameaças e ataques virtuais por criticar a Operação Contenção, que resultou em 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.


Contexto das críticas e resposta da especialista

Muniz qualificou a operação como uma “lambança político-operacional”, afirmando que sua finalidade foi “marketing político” e que colocou em risco a segurança de policiais e da população, sem avanços reais no combate ao crime organizado. Ela criticou a inadequação dos efetivos policiais e os efeitos negativos da operação, que paralisou áreas da cidade e aumentou a insegurança.


Ameaças e apoio institucional

Após as críticas, a antropóloga foi alvo de uma campanha de intimidação que incluiu fotografias feitas em um restaurante e mensagens virtuais com incitação à violência.

Muniz atribui as ameaças à mobilização de parlamentares bolsonaristas, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO). A UFF divulgou nota repudiando os ataques e reafirmou seu compromisso com a liberdade acadêmica e o combate ao discurso de ódio e misoginia.

O pedido de proteção foi protocolado pelo gabinete do vereador Leonel de Esquerda (PT), presidente da Comissão de Favelas da Câmara Municipal do Rio, e pelo advogado Carlos Nicodemos, do Conselho Nacional de Direitos Humanos.


Importância do Programa de Proteção

Criado em 2019, o Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos visa garantir segurança a pessoas ameaçadas em razão da defesa de direitos fundamentais. O caso de Jacquline Muniz evidencia os riscos enfrentados por especialistas e ativistas que denunciam abusos na segurança pública, reforçando o debate sobre os limites da repressão estatal e a preservação da democracia.


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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.