Reparação

Marcha das Mulheres negras ocupam as ruas do Rio no dia de Marielle

Ato marca aniversário de Marielle Franco com foco na Marcha Nacional de novembro Slug: marielle-franco-marcha-mulheres

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Crédito:@falarithy

RIO DE JANEIRO, 27 de julho de 2025 — A Marcha Estadual das Mulheres Negras do Rio de Janeiro tomou as ruas neste domingo em um ato carregado de simbolismo, memória e resistência. Realizado no dia em que Marielle Franco completaria 46 anos, o evento uniu familiares, ativistas, movimentos sociais e organizações negras em torno da luta por justiça, reparação e visibilidade.

Mobilização por memória e futuro

A manifestação integra a jornada de mobilização nacional rumo à Marcha Nacional das Mulheres Negras, prevista para novembro, em Brasília. A presença do Instituto Marielle Franco, representado por figuras centrais como Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, e Luyara Franco, filha de Marielle e diretora da entidade, reforçou o caráter político do ato.

O dia 27 sempre foi de luta e festa para nós. É o aniversário da Mari, e também do casamento da minha mãe. Hoje celebramos à frente do Instituto, do Ministério, e com muitas mulheres pretas que mantêm essa chama acesa. Sabemos o que é estar de todos os lados da trincheira, e por isso não podíamos faltar”, declarou Anielle Franco, visivelmente emocionada.

Luto transformado em mobilização

Ao lado da filha, Dona Marinete Silva, mãe de Marielle, também participou da marcha e destacou a importância da rua como espaço político. “Celebrar a vida da Marielle é estar nas ruas, continuar gritando com outras mulheres negras que ela vive em cada uma de nós”, afirmou.

Luyara Franco, em depoimento comovente, lembrou o legado da mãe e o papel das novas gerações na continuidade da luta: “Seria o aniversário da minha mãe. Estar aqui com minha avó reafirma nosso compromisso com as mulheres negras e com a construção do bem viver. Essa marcha também é por reparação histórica.”

Caminho até Brasília

A mobilização estadual é parte das ações que convergem para a Marcha Nacional das Mulheres Negras, quando centenas de ativistas devem ocupar a capital federal para exigir políticas públicas efetivas, combate à violência de Estado e justiça por Marielle Franco e tantas outras vítimas do racismo estrutural.

O Instituto reforça que a luta da vereadora assassinada em 2018 segue viva nos territórios, nas instituições e na resistência diária das mulheres negras brasileiras. “Seguimos caminhando com a memória de Marielle, mas também com nossos projetos de futuro. É essa a luta que nos move até Brasília”, afirmou Anielle.


Conclusão editorial
A presença de três gerações da família de Marielle Franco nas ruas do Rio de Janeiro revela a força simbólica e política que atravessa o tempo. O legado da vereadora se renova no corpo de milhares de mulheres negras que seguem em marcha — não apenas por justiça, mas por um país onde o bem viver seja uma realidade para todas. A mobilização que começou no Rio segue para Brasília, com a certeza de que a voz de Marielle não será silenciada.


Perguntas Frequentes (FAQ)

O que foi a Marcha Estadual das Mulheres Negras do Rio?
Foi uma manifestação organizada por movimentos negros e o Instituto Marielle Franco, realizada em 27 de julho, data do nascimento de Marielle, como parte do calendário rumo à Marcha Nacional em novembro.

Por que a data de 27 de julho é simbólica?
É o dia do nascimento de Marielle Franco, e também uma data de celebração familiar, transformada em ato político desde o seu assassinato em 2018.

Qual o papel da família de Marielle no ato?
Anielle Franco, Luyara Franco e Marinete Silva participaram da marcha, reafirmando o compromisso com a luta por reparação, justiça e visibilidade das mulheres negras.

O que é a Marcha Nacional das Mulheres Negras?
É um grande ato previsto para novembro de 2025, em Brasília, reunindo ativistas de todo o país em defesa de políticas públicas e do fim da violência contra mulheres negras.

Quem organiza essas marchas?
Diversas entidades do movimento negro, organizações sociais, coletivos feministas e o próprio Instituto Marielle Franco, entre outros parceiros.


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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.