O rapper Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, o MC Poze, afirmou que sua fama ajudou a recuperar rapidamente o carro roubado em 19 de setembro no Rio de Janeiro, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Câmeras da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta segunda-feira (20/10).
Fama e mobilização nas redes sociais aceleram recuperação do veículo
MC Poze relatou que a rapidez na recuperação do seu veículo blindado, uma Land Rover Defender, foi impulsionada pela exposição e mobilização dos fãs nas redes sociais. Com mais de 16 milhões de seguidores no Instagram, ele explicou que seu carro, todo vermelho e personalizado com seu nome, tornou-se fácil de identificar.
“Eu já sabia que meu carro não ia demorar a aparecer porque sou mundialmente reconhecido. Meus seguidores veem meus stories diariamente, e meu carro é o único desse modelo vermelho no Rio de Janeiro. Era óbvio que ele seria encontrado após minha postagem, e foi”, disse o cantor.
Negativa de ligação com o crime organizado e habeas corpus
MC Poze também negou que o rápido desfecho do caso estivesse relacionado a supostos vínculos com facções criminosas. Após prestar esclarecimentos, exercendo seu direito ao silêncio baseado em habeas corpus concedido pelo Judiciário, ele encerrou sua participação.
O presidente da CPI, deputado Alexandre Knoploch (PL), afirmou que as explicações foram suficientes e considerou o caso superado, enquanto o vice-presidente, deputado Marcelo Dino (União), reforçou que o foco da comissão é a legalidade e o combate às irregularidades e crimes organizados no estado.
Regulamentação e fiscalização das associações de proteção veicular
Durante a reunião, os deputados debateram o [Projeto de Lei 6.558/25], resultado dos trabalhos da CPI, que visa regulamentar associações de proteção veicular e combater irregularidades, como a comercialização ilegal de peças automotivas usadas.
O relator da comissão, deputado Filippe Poubel (PL), destacou que a CPI identificou múltiplas irregularidades nas associações, incluindo práticas criminosas contra a sociedade e os cofres públicos, reforçando a necessidade de normas claras para atuação dessas entidades.
Investigações e denúncias contra associações
Na reunião, a presidente da Associação AutoBom, Naijane Serrano Cruz, admitiu terceirização do serviço de monitoramento para a empresa Motorsat, ligada a seu irmão, Evaldo Serrado. A AutoBom administra cerca de 2,5 mil veículos, com mensalidades médias de R$ 179, das quais uma parcela é destinada à Motorsat. Deputados avaliam crime contra a ordem tributária e solicitaram convocação dos envolvidos, além da solicitação de quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático.
A mesma postura foi registrada com a presidente da associação Atento, Zilma Muniz, que afirmou atuar com menor porte e sem serviço de pronta-resposta. O presidente da CPI, Alexandre Knoploch, agradeceu a colaboração das depoentes e reafirmou a continuidade das investigações para combater a evasão fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo associações veiculares.
Participação dos deputados e próximos passos
Estiveram presentes na reunião os deputados Alan Lopes (PL), Luiz Paulo (PSD), Rodrigo Amorim (União), Sarah Poncio (SDD) e Professor Josemar (PSOL). A próxima reunião deve ouvir os irmãos Serrano e outros envolvidos, avançando no combate às irregularidades identificadas.


