São Paulo – Jordana Vucetic, influenciadora cristã de 15 anos, tornou-se alvo de ataques misóginos nas redes após ter sua vida íntima exposta em um vídeo no canal do YouTube “Fúria e Tradição”, mantido por Felippe Chaves, ex-candidato a vereador pelo PL e defensor da chamada “masculinidade tradicional”.
A jovem, natural de Porto Alegre e residente em São Paulo, compartilha conteúdos sobre moda e religião cristã em suas redes. Recentemente convertida, ela relatou as ofensas que vem recebendo, inclusive em espaços religiosos, por não ter mantido sua virgindade antes da conversão.
Felippe Chaves publicou um vídeo criticando mulheres convertidas, usando Jordana como exemplo. No material, intitulado “A igreja se tornou um local para zerar quilometragem de rodada”, ele comenta o passado sexual da adolescente, mesmo sem conhecê-la pessoalmente, dizendo que ela viveu “na prostituição” antes da conversão.
Canal ataca influenciadoras e prega submissão feminina
Chaves, casado e pai de três filhos, sustenta ideias do movimento redpill cristão. No canal, ele defende a castidade para mulheres, a submissão feminina e o papel do homem como provedor.
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Segundo ele, quem nasceu para casar “age assim desde cedo”. Para justificar suas falas, afirma que Jordana teria se convertido apenas para manter visibilidade na internet.
Em outro trecho, Chaves diz: “Deu pra todo mundo e na minha vez quer esperar casar”.
Influenciadora reage à exposição
Jordana respondeu ao vídeo em seu perfil, denunciando o preconceito contra mulheres que não chegam virgens ao casamento. Disse que termos como “marmita” e “carro com quilometragem zerada” são usados dentro de igrejas para humilhar mulheres.
Ela destacou que o julgamento se baseia em ideias ultrapassadas sobre pureza, reforçadas por interpretações religiosas radicais.
Movimento redpill cristão em ascensão
O movimento mistura ideologia redpill, que critica o feminismo e defende papéis de gênero rígidos, com discursos religiosos conservadores. Seus representantes promovem discursos que associam o valor da mulher à sua pureza sexual.
Além de Chaves, outros nomes como Esdras Carvalho (Homem de Honra), Douglas Batista (O cristão racional) e Alan Lopes (Redpill Cristã) mantêm canais que propagam essas ideias.
Esses criadores julgam e expõem mulheres sob a justificativa de defenderem a moral cristã. Porém, segundo críticos, suas falas promovem violência simbólica e, em casos como o de Jordana, ataques diretos a adolescentes.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
