STF inicia julgamento do núcleo 2: Martins, Vasques e Fernandes

Grupo acusado de apoiar tentativa de golpe pode virar réu; julgamento pode elevar total para 33

JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Vídeo exibido durante julgamento de denúncia da trama golpista na Primeira Turma do STF — Foto: Antonio Augusto/STF/

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (22) o julgamento do chamado “núcleo 2” da suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O grupo é composto por seis investigados, entre eles Filipe Martins, Silvinei Vasques e Mário Fernandes. Caso a denúncia seja aceita, o número total de réus poderá chegar a 33 até maio.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os envolvidos de elaborar uma minuta para reverter o resultado das eleições e de planejar ações contra autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. As sessões do julgamento estão previstas para ocorrer até quarta-feira (23).​

Quem são os acusados do núcleo 2

O “núcleo 2” é composto por:

  • Filipe Martins: ex-assessor especial da Presidência, acusado de redigir a minuta golpista.
  • Silvinei Vasques: ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), suspeito de usar o cargo para dificultar o deslocamento de eleitores de Lula em 2022.
  • Mário Fernandes: general da reserva, apontado como responsável por planejar ações contra autoridades.
  • Marcelo Câmara: ex-assessor presidencial, teria monitorado o ministro Alexandre de Moraes.
  • Marília Alencar e Fernando Oliveira: ex-diretores do Ministério da Justiça, suspeitos de ligação com bloqueios de estradas e falhas de segurança no 8 de Janeiro.​

Acusações da PGR

A PGR afirma que os integrantes do núcleo 2 ocupavam “posições profissionais relevantes” e “gerenciaram as ações” da organização. Em novembro de 2022, Filipe Martins teria apresentado a Jair Bolsonaro uma minuta de decreto para realizar novas eleições e prender autoridades. O texto teria sofrido alterações a pedido do então presidente e sido apresentado aos comandantes das Forças Armadas.​

O plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, encontrado em um HD externo de Mário Fernandes, previa ações de “neutralização” de Lula, Alckmin e Moraes. Os advogados de Fernandes não negam a existência do conteúdo, mas afirmam que ele não foi entregue a ninguém.​

Defesas dos acusados

As defesas dos acusados negam envolvimento nas ações. Silvinei Vasques sustenta que os bloqueios da PRF não focaram em apoiadores de Lula e que não houve impacto na votação. Marília Alencar e Fernando Oliveira negam qualquer atuação direcionada ou omissiva.​

Próximos passos

O julgamento do núcleo 2 ocorre após a Primeira Turma do STF tornar réus Jair Bolsonaro e outros sete acusados de articular um golpe de Estado. A expectativa é que os julgamentos seguintes ocorram até maio, podendo elevar o número total de réus para 33.​

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.