O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, afirmou nesta segunda-feira (29) que a Europa corre o risco de destruição caso decida iniciar uma guerra contra Moscou. Em declaração feita pelo aplicativo Telegram, Medvedev alertou que um confronto militar poderia se transformar em um conflito com armas de destruição em massa.
“Eles simplesmente não podem se dar ao luxo de uma guerra com a Rússia”, disse Medvedev, referindo-se às potências europeias. O dirigente ressaltou que a possibilidade de um acidente fatal “sempre existe” e classificou como real o risco de escalada nuclear.
Risco de escalada militar
Medvedev, que já ocupou a presidência russa entre 2008 e 2012 e mantém forte alinhamento ao presidente Vladimir Putin, reforçou a retórica agressiva de Moscou contra a União Europeia e a OTAN. Ele declarou que a Rússia “não precisa de tal guerra, inclusive com a velha e fria Europa”, mas advertiu que qualquer ação hostil ocidental poderá desencadear consequências catastróficas.
As declarações ecoam a estratégia do Kremlin de usar a ameaça nuclear como instrumento de pressão política e militar desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. A Rússia insiste em apresentar sua política externa como defensiva, embora seja a agressora no conflito em território ucraniano.
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Implicações políticas e sociais
A retórica de Medvedev aumenta a tensão diplomática entre Moscou e o Ocidente em um momento em que líderes europeus intensificam o apoio militar e econômico a Kiev. O risco de escalada preocupa não apenas governos, mas também setores sociais que já enfrentam os impactos da guerra, como inflação, crise energética e aumento da insegurança regional.
A Europa, ao mesmo tempo em que reforça sanções contra a Rússia, busca ampliar sua capacidade de defesa conjunta. Entretanto, a ameaça explícita de uso de armas nucleares torna o cenário ainda mais instável e evidencia a gravidade do enfrentamento político e militar.
Conflito prolongado
Analistas alertam que a insistência russa em usar a retórica nuclear tem como objetivo enfraquecer a unidade europeia. Contudo, o efeito pode ser o contrário: fortalecer alianças e justificar o aumento do orçamento militar da União Europeia e da OTAN.
Enquanto Moscou mantém o discurso agressivo, o povo ucraniano continua a enfrentar destruição, mortes e deslocamentos forçados, em um conflito que já ultrapassa três anos. A ameaça de Medvedev, portanto, não é apenas um alerta, mas também uma tentativa de intimidação que reforça os riscos de instabilidade global.



