Espetáculo

Carnaval 2025: Água, fogo e fumaça marcam o primeiro dia de desfiles no Rio

Escolas de samba encantam o público na Sapucaí com enredos marcantes e recursos visuais impressionantes

Redacao
Redacao - Equipe

Rio de Janeiro O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, aconteceu na noite deste domingo (2) e seguiu pela madrugada de segunda-feira (3). As apresentações trouxeram um espetáculo de luzes neon, efeitos com água, fogo e fumaça, além de alegorias móveis que prenderam a atenção do público. Os enredos exaltaram religiões de matriz africana e afro-indígena, promovendo uma grande celebração da ancestralidade.

Unidos de Padre Miguel retorna ao Grupo Especial

A Unidos de Padre Miguel abriu a noite com uma apresentação histórica. A escola, que volta ao Grupo Especial após mais de 50 anos, trouxe o enredo “Egbé Iyá Nassô”, uma homenagem a Iyá Nassô, uma das fundadoras do Candomblé da Barroquinha, na Bahia.

Um dos destaques do desfile foi o imponente Boi Vermelho, uma referência a Xangô, que reluziu sob os holofotes da Sapucaí. Além disso, filhos do Terreiro Casa Branca do Engenho Velho participaram do desfile, reforçando a ligação entre religião e cultura.

“Para nós do Iyá Nassô, foi um evento maravilhoso. Um presente ancestral que recebemos”, declarou a Iyálorisá Neuza Cruz.

Imperatriz Leopoldinense celebra a mitologia iorubá

A Imperatriz Leopoldinense, escola de Ramos, trouxe o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, narrando a jornada de Oxalá e sua passagem pelo reino de Xangô. O desfile contou com alegorias grandiosas, destacando a simbologia da água na cultura iorubá.

“Foi maravilhoso! Conseguimos mostrar o Itã de Oxalá. Agora é esperar a Quarta-feira de Cinzas”, afirmou Cátia Drumond, presidente da escola.

A narrativa foi conduzida com elementos mitológicos e referências à tradição oral, reforçando a preservação da memória cultural africana.

Viradouro homenageia Malunguinho e a resistência quilombola

A atual campeã, Unidos do Viradouro, veio com o enredo “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos”, destacando a trajetória de João Batista, o Malunguinho, líder quilombola de Pernambuco.

O desfile apostou em efeitos visuais marcantes, como adereços em neon e carros alegóricos com água, fogo e fumaça. A performance emocionou integrantes e espectadores.

“Espero que consigamos o bicampeonato. Foi uma emoção indescritível atravessar a avenida”, disse Duda Almeida, que desfilou grávida na ala Chama de Liberdade.

O desfile também prestou homenagem à nação Jurema, destacando a trajetória de resistência negra e o papel de Malunguinho na religiosidade afro-brasileira.

Mangueira exalta a cultura bantu

Encerrando a noite, a Estação Primeira de Mangueira apresentou o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”, enaltecendo a influência bantu no Brasil.

O desfile iniciou com uma alegoria representando o oceano, simbolizando a conexão entre África e América. Um dos carros mais impactantes trouxe caixas de som gigantes, remetendo às expressões musicais contemporâneas como o samba, o passinho e o funk.

“É um tema que fala da nossa vivência e conta a história do povo miscigenado do Brasil”, afirmou Janaína Marques, passista há 22 anos.

Mudanças e avaliações no Carnaval 2025

Pela primeira vez, os desfiles do Grupo Especial foram divididos em três noites, com quatro escolas por dia. Esse novo formato garantiu mais tempo para as apresentações, que continuam nesta segunda-feira (3) e terça-feira (4).

As escolas são avaliadas em nove quesitos, incluindo bateria, harmonia, evolução e enredo. A campeã será anunciada na próxima quarta-feira (5).

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