Rio de Janeiro – O machismo à brasileira ganhou uma nova edição – agora com pix de seis dígitos e uma musa do Vasco como protagonista. Brida Nunes, uma das criadoras de conteúdo adulto mais bem pagas do país, revelou que recebeu R$ 150 mil de um jogador do Vasco da Gama com uma condição inusitada e invasiva: não modificar o próprio corpo. Isso mesmo. Nada de silicone, nada de plástica. O recado foi direto: “Se você mexer nesse corpo, você perde o que te faz diferente.”
Brida, que já faturou mais de R$ 6 milhões com conteúdo exclusivo em plataformas como Privacy e OnlyFans, decidiu tornar pública a história — não exatamente por indignação, mas por ver ali o retrato do fetiche masculino disfarçado de “apreço pela beleza natural”.
“Hoje os homens compram meus vídeos e nudes porque sou assim, toda naturalzinha. Essa coisa de mulher bombada é cafona. Estão todas iguais”, disparou Brida em entrevista.
O que começou como uma “excentricidade” de um fã famoso, expõe um padrão tóxico de controle disfarçado de admiração — onde até a suposta valorização do corpo natural vem com preço, contrato moral e chantagem estética.
O dinheiro como veto ao corpo livre
Esse tipo de transação – onde dinheiro masculino compra decisões femininas sobre o próprio corpo – não é novidade. Mas ganha novas camadas no universo digital em que Brida reina.
Ela não esconde o conforto financeiro, mas também não ignora que o desejo masculino muitas vezes vem travestido de progressismo, enquanto repete a velha lógica de posse e controle. Ao aceitar o “pix do veto”, Brida não só preservou sua estética como revelou o desconforto de ser fetichizada por ser “diferente” — ou seja, natural em um mar de corpos moldados sob pressão social e cirurgia.
Estética natural sob vigilância masculina
Ao que tudo indica, o jogador do Vasco — cuja identidade segue mantida em sigilo por Brida — representa uma parcela masculina que, cansada do corpo plastificado, quer impor agora a “naturalidade” como nova norma. Mas sem deixar de ser o juiz da equação.
Brida, por sua vez, parece confortável com o arranjo. Afinal, como ela mesma diz, seus lucros vêm justamente do que essa audiência masculina deseja consumir: o corpo que ela tem, do jeito que ele é. O problema? Essa liberdade ainda está ancorada no desejo e no bolso dos homens.
A musa e o clube: silêncio e fetiche
O Vasco da Gama, claro, não comentou o caso. E provavelmente não o fará — afinal, o clube vive se equilibrando entre campanhas inclusivas nas redes sociais e uma base de torcedores ainda profundamente conservadora. A associação de Brida ao clube já rendeu manchetes antes: ela se autoproclamou musa do Vasco, estampou ensaios temáticos com a camisa cruzmaltina e atraiu milhares de vascaínos para seus canais pagos.

Agora, com um jogador envolvido em uma tentativa explícita de interferência no corpo alheio via transferência bancária, a polêmica ganha contornos que vão muito além do entretenimento adulto. É uma disputa simbólica sobre quem decide o que é “natural”, o que é “desejável” — e, mais grave, o que é permitido.
O Carioca esclarece
Quem é Brida Nunes?
Brida é uma influenciadora e modelo de conteúdo adulto, conhecida por sua estética “natural” e sucesso em plataformas como Privacy e OnlyFans.
O que aconteceu entre ela e o jogador do Vasco?
Segundo Brida, ele a presenteou com R$ 150 mil com a condição de que ela não fizesse nenhuma modificação estética no corpo.
Quais as consequências disso?
A história escancara como até o corpo “natural” de uma mulher pode ser alvo de controle e fetiche masculino — mesmo sob aparência de elogio ou valorização.
Como isso afeta os direitos das mulheres?
Esse tipo de interferência reforça padrões patriarcais onde mulheres só são “valorizadas” se atenderem aos critérios (e desejos) masculinos — naturais ou não.