Brasília – 22 de agosto de 2025. A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é tratada como inevitável por aliados e apoiadores. Réu por tentativa de golpe, com julgamento marcado para 2 de setembro, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por novas violações de medidas cautelares e pode ser transferido da prisão domiciliar para regime fechado ainda nesta sexta-feira.
Mensagens e plano de fuga
Segundo a PF, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares e teria elaborado um plano de fuga para a Argentina. O ministro Alexandre de Moraes (STF) deu prazo até a noite de sexta para que a defesa se manifeste. Caso as justificativas não sejam aceitas, poderá decretar a prisão preventiva.
Nos bastidores bolsonaristas, a expectativa é de derrota. Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo e aliado de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em articulações com Donald Trump, comentou no X sobre a possibilidade:
“Rumores de que está em discussão, neste momento, o envio de Bolsonaro para a prisão comum já amanhã. Moraes quer, mas muitos parecem perceber que tirar um idoso doente da prisão domiciliar e colocá-lo na comum só reforçaria a percepção de violações de direitos humanos. A ver.”
Dia simbólico e repercussão
Alguns apoiadores relacionam o dia escolhido com o número eleitoral do PL, partido de Bolsonaro. “Hoje é dia 22. 22 é o número de urna de Bolsonaro. O pacote de maldades não tem fim”, escreveu um seguidor em redes sociais.
Cela preparada pela PF
A Polícia Federal já preparou uma cela especial temporária para o caso de prisão em regime fechado. Localizada no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, a sala conta com banheiro reservado, cama, mesa, cadeira e televisão.
Chamado informalmente de “cela de Bolsonaro”, o espaço segue o modelo utilizado para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da PF no Paraná entre 2018 e 2019.
Integrantes da PF explicaram que a sala foi montada há mais de três meses e não tinha foco exclusivo em Bolsonaro, podendo receber qualquer autoridade presa. “Ela foi montada e reestruturada após a cúpula da PF e a Vara de Execuções Penais do DF consultarem a Superintendência para checar se haveria um lugar específico para custodiar o ex-presidente”, relataram fontes.