17 de junho de 2025 | Mossoró, RN – Um bolsonarista de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto por ameaçar e ofender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O homem se apresentava como “terrorista da Al-Qaeda” e espalhou vídeos de ameaças por meio de grupos de WhatsApp, em 2022.
À Justiça, o réu admitiu ter gravado e divulgado o vídeo, mas tentou minimizar o ato, alegando que se tratava de uma “brincadeira”. A estratégia não convenceu.
O processo, movido pelo Ministério Público Federal (MPF), enquadrou o bolsonarista pelos crimes de calúnia, injúria e ameaça, após um discurso carregado de ódio, violência e apologia ao terrorismo.
Ameaças diretas e discurso de ódio
O conteúdo do vídeo é explícito e não deixa dúvidas sobre a gravidade das ameaças. “Vou dizer uma coisa a você, Alexandre, curto e grosso: você não tem peito de aço, você não tem cabeça de aço não. Você vai ser executado. Você vai ser morto”, declarou o acusado na gravação.
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O homem ainda chamou o ministro de “bandido”, “filho da puta” e ameaçou diretamente o próprio Moraes, além de agentes da Polícia Federal, dizendo que usaria “uma grande bomba” para matá-los.
“Safado, nós vamos explodir onde você estiver e vamos executar você e sua raça todinha, seu Alexandre de merda, porque ninguém tem medo de você não, filha da puta, safado”, disparou em tom abertamente criminoso.
Condenação firme e exemplar
Na sentença, o juiz João Batista Martins Prata Braga, da 8ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, foi taxativo: “As declarações configuram, de forma inequívoca, a promessa de causar à vítima mal injusto e grave, caracterizando o crime de ameaça”, registrou o magistrado.
A decisão destacou ainda que “o teor das mensagens é inequivocamente ameaçador, calunioso e injurioso. As ameaças de morte e execução são diretas e graves”.
Além da pena privativa de liberdade, o condenado terá que pagar uma multa correspondente a 48 dias-multa, valor que será calculado conforme seus rendimentos. A decisão permite recurso em liberdade.
Polícia Federal já investigava
O bolsonarista já estava na mira da Polícia Federal desde agosto de 2023, quando foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Na operação, os agentes apreenderam equipamentos eletrônicos, incluindo o celular usado para disseminar os vídeos criminosos.
O caso faz parte de uma série de investigações que miram a atuação de grupos extremistas, ligados ao bolsonarismo, que utilizam as redes sociais e aplicativos de mensagens para incitar o ódio, espalhar desinformação e ameaçar autoridades do sistema judiciário brasileiro.
Escalada da violência bolsonarista
O episódio não é isolado. Desde o avanço dos processos que responsabilizam atores do golpe de Estado frustrado de 8 de janeiro de 2023, aumentaram os casos de ameaças, intimidações e discursos extremistas contra ministros do STF, parlamentares e integrantes da imprensa.
O Diário Carioca acompanha de perto como o bolsonarismo digital continua mobilizando células de desinformação e radicalização, muitas vezes travestidas de suposta “liberdade de expressão”, para atacar pilares do Estado Democrático de Direito.
O Carioca Esclarece
Ameaçar autoridades públicas é crime previsto no artigo 147 do Código Penal, além de poder ser enquadrado em outros tipos penais, como calúnia, injúria e incitação ao crime.
FAQ
Por que o bolsonarista foi condenado?
Porque gravou e divulgou vídeos com ameaças de morte e ofensas contra o ministro Alexandre de Moraes, configurando os crimes de ameaça, calúnia e injúria.
Ele vai cumprir a pena preso?
A pena foi fixada em regime aberto, o que significa que poderá cumprir medidas alternativas, como recolhimento domiciliar noturno, prestação de serviços à comunidade ou uso de tornozeleira, dependendo da execução penal.
O que mais consta no processo?
Além dos vídeos com ameaças explícitas, foram apreendidos equipamentos eletrônicos que comprovaram a autoria do crime e sua divulgação em grupos de WhatsApp.



