Brasília – O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, declarou nesta quarta-feira (4) que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para um golpe de Estado.
Segundo Rodrigues, o relatório final da corporação, com mais de 800 páginas, apresenta provas consistentes que apontam a ligação de Bolsonaro com a trama.
“Todos os elementos de prova indicam que sim. Está lá: ‘Sim, o ex-presidente sabia da trama golpista’”, afirmou Rodrigues, destacando que a investigação é robusta e baseada em evidências documentadas.
Quais são as provas apresentadas?
Rodrigues explicou que depoimentos de militares, trocas de mensagens interceptadas e a impressão de documentos relacionados ao golpe no Palácio do Planalto foram incluídos no relatório como provas. Ele enfatizou que a investigação é técnica e fundamentada.
“Tudo o que está no relatório tem sustentação fática”, disse o diretor da PF, ao rebater alegações de que as conclusões seriam especulativas.
Qual é a posição de Bolsonaro e sua defesa?
Apesar do relatório, Jair Bolsonaro nega envolvimento e conhecimento do plano. O ex-presidente é um dos 37 indiciados pela Polícia Federal, que atribui a ele crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
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A defesa de Bolsonaro busca transferir a culpa para militares, alegando que eles seriam os principais beneficiados pelo golpe. A tese apresentada por seus advogados descreve a situação como um “golpe do golpe”.
Operação Contragolpe e outras investigações
Rodrigues comentou que não há informações sobre delações premiadas dos presos na Operação Contragolpe. Ele também revelou que o alvo apelidado de “Juca” pelos golpistas ainda não foi identificado.
Além disso, cinco bolsonaristas condenados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023 estão presos na Argentina e aguardam extradição. Outros 59 mandados de prisão foram emitidos contra envolvidos na tentativa de golpe.
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Rodrigues também confirmou que os inquéritos sobre a Abin paralela e o uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para interferir nas eleições de 2022 estão em fase final de apuração.
Entenda as investigações sobre Bolsonaro
- Relatório da PF: Documento com mais de 800 páginas aponta provas contra Bolsonaro.
- Provas apresentadas: Mensagens, depoimentos e documentos do Palácio do Planalto.
- Crimes atribuídos: Golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
- Defesa de Bolsonaro: Advogados alegam que militares seriam os responsáveis principais.
- Outros casos: Inquéritos da Abin paralela e da PRF estão perto da conclusão.