Brasília, 21 de julho de 2025 — Jair Bolsonaro voltou a afrontar o Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira. Proibido de dar declarações públicas, o ex-presidente discursou em evento na Câmara e exibiu a tornozeleira eletrônica imposta por ordem judicial. Sua prisão já pode ser decretada.
Violação explícita da Justiça
A cena foi pensada para o confronto: Jair Bolsonaro em pé, sob aplausos cúmplices de deputados aliados, levanta a barra da calça e mostra a tornozeleira eletrônica como se fosse um troféu. Em seguida, ataca o ministro Alexandre de Moraes e se diz vítima de “covardia” e “humilhação”. O gesto — transmitido por celulares e imediatamente espalhado nas redes — viola uma das principais restrições da medida cautelar: a proibição de qualquer manifestação pública, inclusive indireta, mesmo que transmitida por terceiros.
Bolsonaro ignora, mais uma vez, os limites constitucionais que cabem a qualquer cidadão. Ele age como se ainda estivesse acima das leis, mesmo já sendo réu por tentativa de golpe e por tramar contra o Estado Democrático de Direito.
Reação institucional e risco de prisão
A Procuradoria-Geral da República já havia alertado para risco de fuga e para o uso da máquina bolsonarista como instrumento de intimidação contra ministros do STF, integrantes da PGR e da Polícia Federal. A tornozeleira foi imposta como medida de contenção. Agora, com o novo descumprimento da decisão judicial, a consequência imediata pode ser a prisão.
Alexandre de Moraes tem respaldo para agir — e não apenas legal. O Supremo monitora de perto cada provocação ensaiada por Bolsonaro. A estratégia é clara: repetir a retórica de 2022, tensionar as instituições e provocar rupturas. Mas o tempo político é outro, e a paciência institucional, menor.
Mais que afronta: reincidência deliberada
Bolsonaro não apenas desobedeceu à ordem. Ele o fez de forma intencional, midiática, planejada. Chegou a programar uma coletiva de imprensa, cancelada após nova advertência de Moraes. Ainda assim, optou por discursar em evento público e garantir que suas falas circulassem — exatamente o que a decisão judicial proíbe.
Trata-se de reincidência. E reincidência no crime de desobediência judicial não é passível de negociação. O Supremo não está diante de um equívoco eventual, mas de um ataque reiterado ao próprio Poder Judiciário.
Princípios Intransigentes
A democracia brasileira não pode aceitar que um político que tentou subverter o Estado de Direito siga em campanha permanente de intimidação e vitimização. Bolsonaro não é perseguido: é investigado, processado e, agora, controlado judicialmente por medidas legítimas. A tornozeleira que tanto exibe é símbolo de algo muito maior — não de humilhação, como ele sugere, mas da resistência institucional contra a impunidade de um golpista reincidente.
Não se trata de um embate pessoal entre um ex-presidente e um ministro. Trata-se da luta permanente por soberania popular, justiça democrática e preservação da ordem constitucional frente àqueles que tramam contra ela.
Perguntas e Respostas
Bolsonaro pode ser preso imediatamente?
Sim. A violação da medida cautelar autoriza o STF a decretar sua prisão a qualquer momento.
Ele está proibido de dar entrevistas?
Sim. A decisão judicial proíbe manifestações públicas, entrevistas e divulgação de falas, mesmo por terceiros.
Por que ele usa tornozeleira eletrônica?
Por determinação do STF, após alerta da PGR sobre risco de fuga e intimidação a autoridades.
Bolsonaro é réu por quais crimes?
Por tentativa de golpe de Estado e ações contra o Estado Democrático de Direito.
O que acontece se ele reincidir?
A reincidência agrava sua situação judicial e pode acelerar a decretação de sua prisão preventiva.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		