O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou que solicitará a suspensão do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado. A declaração ocorreu após o voto do relator Alexandre de Moraes, que conduziu o processo contra o ex-presidente.
Flávio apresentou um documento que, segundo ele, comprovaria fraude processual. A perícia documental teria sido realizada em arquivos fornecidos por Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro atuou diretamente com Moraes entre 2022 e 2024. De acordo com o senador, os documentos indicariam que Moraes teria elaborado votos retroativos, o que comprometeria a validade do julgamento.
Alegações de manipulação judicial
Em coletiva, Flávio Bolsonaro detalhou: “De ontem para hoje conseguimos provas de que há manipulação judicial da mais alta corte do país. Hoje chegou uma perícia do documento que o Tagliaferro denunciou. Ele afirma que foi procurado por um assessor do Moraes para ajudar em uma decisão com efeitos iniciados. A perícia confirma que a sentença de Alexandre de Moraes foi redigida seis dias após a decisão, com data retroativa. Isso é um escândalo”.
O senador acrescentou que pretende oficiar os demais ministros do STF para que tomem conhecimento da suposta fraude e suspendam imediatamente o julgamento. Segundo ele, tais evidências seriam suficientes para “contaminar” todo o processo contra seu pai, que responde judicialmente junto a militares pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Implicações políticas e jurídicas
Se admitida pelo STF, a suspensão do julgamento representaria um marco inédito, impactando diretamente o andamento das investigações e ações legais contra Jair Bolsonaro. A denúncia de Flávio Bolsonaro evidencia a tensão entre os poderes e a disputa política em torno da credibilidade do tribunal. Especialistas em direito apontam que alegações de datas retroativas em votos devem ser rigorosamente verificadas, uma vez que podem influenciar tanto a legalidade quanto a percepção pública do processo.
O episódio reforça o clima de polarização e o protagonismo da família Bolsonaro em estratégias jurídicas e políticas, enquanto o país acompanha de perto o desenrolar de um julgamento que combina questões legais, institucionais e de alta relevância política.


