Gonet fecha parecer que pode prender Bolsonaro

Procurador-geral conclui acusação contra ex-presidente por tentativa de golpe, apesar das pressões externas dos EUA de Trump

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Brasília, 11 de julho de 2025 — O procurador-geral da República, Paulo Gonet, finalizou o parecer que pode levar Jair Bolsonaro à prisão por tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula. O documento será entregue até segunda-feira ao STF. As informações são de Malu Gaspar, de O Globo.


PGR mantém linha dura mesmo sob ataque

A Procuradoria-Geral da República se prepara para formalizar, até segunda-feira (14), suas alegações finais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O parecer, que já circula entre membros do Ministério Público, sustenta que Bolsonaro comandou uma organização criminosa que planejou e incentivou um golpe de Estado para barrar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.

Fontes próximas à cúpula da PGR confirmam que o documento será entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal. A acusação se dá num dos processos mais sensíveis da história republicana brasileira e pode resultar numa pena de até 30 anos de prisão para o ex-mandatário.

Trump tarifa e Bolsonaro arde

A conclusão do parecer ocorre dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — um gesto lido no Itamaraty como retaliação direta às investigações contra Bolsonaro.

A medida causou forte abalo nas relações diplomáticas entre Brasília e Washington, mas não mudou o curso da ação penal. Ao contrário: reforçou a determinação de Gonet. Um alto membro da PGR resumiu o clima com contundência: “Essa verborragia do Trump precisa ser solenemente desprezada.”

Bolsonaro visto como chefe de complô

O parecer aponta Bolsonaro como mentor intelectual e operacional dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. A PGR sustenta que ele organizou uma estrutura política, militar e midiática para sabotar a democracia brasileira, com apoio de generais, empresários e influenciadores digitais.

Advogados envolvidos no caso estimam uma pena mínima de 20 anos, mas o temor entre aliados do ex-presidente é de uma condenação superior a 30 anos, considerando que réus secundários — como vândalos do 8 de janeiro — já receberam entre 14 e 17 anos de reclusão.

“Vai ser paulada em todos”, confessou um defensor de um dos réus, prevendo um texto “duríssimo” de Gonet.

STF deve julgar Bolsonaro até setembro

O Supremo Tribunal Federal se prepara para julgar o caso ainda no terceiro trimestre. A Primeira Turma deve ser responsável pela análise. Moraes, relator, já concluiu a instrução do processo e aguarda apenas o parecer final da PGR para levar o caso à pauta.

A decisão final pode reconfigurar o tabuleiro político brasileiro, consolidando o cerco jurídico a Bolsonaro — e marcando a história com a possível prisão de um ex-presidente por tentativa de subversão democrática.


O Diário Carioca Esclarece

  • O que está em jogo: Bolsonaro responde por tentativa de golpe e organização criminosa.
  • Por que agora: A fase de alegações finais antecede a sentença do STF.
  • Impacto diplomático: As tarifas impostas por Trump indicam interferência internacional no processo judicial brasileiro.
  • Quem julga: O caso está nas mãos da Primeira Turma do Supremo, com relatoria de Alexandre de Moraes.

FAQ (Perguntas Frequentes)

Bolsonaro pode realmente ser preso?
Sim. A pena prevista pode ultrapassar 30 anos, segundo advogados próximos ao caso.

O que Trump tem a ver com isso?
Trump impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros em aparente retaliação pelas investigações contra Bolsonaro.

Quando o STF julgará Bolsonaro?
A expectativa é que a Primeira Turma julgue o caso até setembro de 2025.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.