A Polícia Federal informou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não foi indiciado no inquérito que apura o escândalo da chamada “Abin paralela”, como chegou a ser veiculado anteriormente. A corporação concluiu que, embora existam indícios de autoria e materialidade envolvendo Bolsonaro, não caberia um novo indiciamento pelos mesmos fatos que já motivaram seu indiciamento no inquérito da tentativa de golpe de Estado. As informações são do UOL
O entendimento da PF é de que o ex-presidente já responde pelo crime de organização criminosa naquele outro processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), e que os elementos do caso da Abin paralela se conectam diretamente à mesma estrutura investigada.
Quem foi indiciado
A lista de 36 indiciados no inquérito da Abin paralela inclui nomes de peso no bolsonarismo, como:
- Carlos Bolsonaro (PL-RJ), vereador no Rio de Janeiro e filho do ex-presidente;
 - Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal.
 
Ambos são apontados como peças-chave no suposto esquema de espionagem ilegal, que teria usado recursos da Abin para monitorar adversários políticos, autoridades e até integrantes do próprio governo.
A conexão com o “gabinete do ódio”
O relatório da PF detalha que as investigações encontraram fortes indícios de que o “gabinete do ódio”, núcleo digital bolsonarista, estaria diretamente vinculado ao uso ilegal de sistemas da Abin. Segundo os investigadores, o grupo operava uma espécie de estrutura paralela de inteligência, voltada a fins políticos e pessoais, alheios às funções institucionais do órgão.
Essa engrenagem clandestina, segundo a apuração, teria sido usada para:
- Espionar opositores;
 - Monitorar autoridades públicas;
 - Acompanhar jornalistas, magistrados e membros do próprio governo considerados “infiéis”.
 
Por que Bolsonaro ficou fora do indiciamento?
A decisão de não incluir Jair Bolsonaro na lista dos indiciados é, segundo a PF, de natureza técnica e processual. O argumento central é que o ex-presidente já foi formalmente indiciado por organização criminosa no âmbito do inquérito do golpe de Estado, conduzido também pela Polícia Federal e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Dessa forma, a eventual responsabilização de Bolsonaro pelos fatos relacionados à Abin paralela seguirá por aquele outro processo já em curso, evitando, segundo a PF, a duplicidade de indiciamentos baseados nos mesmos elementos fáticos.
O que acontece agora?
O inquérito da Abin paralela segue sob análise do STF, que decidirá se acata ou não os pedidos de medidas cautelares, como:
- Prisões preventivas;
 - Quebra de sigilos bancários e telemáticos;
 - Bloqueio de bens dos investigados.
 
Ao mesmo tempo, o andamento das investigações que miram diretamente Jair Bolsonaro continuará no inquérito do golpe, onde o ex-presidente já figura como indiciado formalmente por organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e golpe de Estado.
O Carioca Esclarece
O que é a “Abin paralela”?
Trata-se de uma suposta estrutura clandestina de espionagem, montada dentro da própria Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria sido usada, durante o governo Bolsonaro, para monitorar ilegalmente opositores, autoridades públicas e até aliados.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		