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Lista da Abin Paralela revela espionagem contra o caso Marielle, personalidades, jornalistas e políticos

Brasília, 19 de junho de 2025 — O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o escândalo da Abin Paralela escancarou como a máquina de espionagem clandestina, montada no coração do Estado brasileiro, foi usada para perseguir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares, jornalistas, artistas e até investigadores do caso Marielle Franco.

O documento foi tornado público após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e confirma que o esquema tinha como principal objetivo proteger interesses pessoais e políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo mais próximo.

De acordo com a PF, a espionagem ilegal era operada por meio do software israelense First Mile, adquirido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A tecnologia permitia rastrear a localização de celulares sem autorização judicial, quebrando garantias constitucionais e violando direitos fundamentais.

O inquérito revela que a ordem para espionar partia diretamente do Palácio do Planalto, com atuação ativa de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e de agentes federais cedidos à Abin.

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Espionagem a serviço do bolsonarismo

As vítimas foram escolhidas por critérios exclusivamente políticos: adversários, críticos, jornalistas, artistas e até quem conduzia investigações que pudessem desagradar o ex-presidente e sua família.

Entre os alvos estão figuras de peso como Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso, ministros do STF, além de congressistas como Arthur Lira, Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues. Até parlamentares de direita que romperam com o bolsonarismo, como Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, entraram na mira.

Jornalistas, humoristas e ativistas também foram monitorados, como Jean Wyllys, Gregório Duvivier, Vera Magalhães, entre outros.

Caso Marielle também foi alvo

O relatório confirma que a Abin Paralela monitorou ilegalmente delegados e promotores que atuavam na investigação do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, em 2018. O objetivo, segundo o documento, era antecipar possíveis avanços que pudessem atingir aliados do governo Bolsonaro.

A lista dos espionados pela Abin Paralela

CategoriaNomeCargo/Função
Ministros do STFAlexandre de MoraesMinistro do STF
Luis Roberto BarrosoPresidente do STF
PolíticosRodrigo MaiaEx-presidente da Câmara dos Deputados
Joice HasselmannEx-deputada federal
Arthur LiraPresidente da Câmara dos Deputados
Renan CalheirosSenador (MDB-AL)
Omar AzizSenador (PSD-AM)
Randolfe RodriguesSenador
Kim KataguiriDeputado federal (União-SP)
InvestigadoresDaniel Freitas da RosaDelegado (Caso Marielle Franco)
Simone SibilioPromotora do MP-RJ (Caso Marielle Franco)
JornalistasVera MagalhãesJornalista
Luiza BandeiraJornalista
Pedro BatistaJornalista
Reinaldo AzevedoJornalista
Alice Martins de Costa MacielJornalista
Pedro CesarJornalista e ativista
Artistas e AtivistasJean WyllysEx-deputado federal, ativista
Gregório DuvivierHumorista, roteirista e apresentador
Círculo BolsonaroAllan Gustavo Lucena do NorteEx-sócio de Jair Renan Bolsonaro
Jair Renan Bolsonaro (Filho 04)Vereador em Balneário Camboriú

Monitoramento de familiares e perseguição pessoal

O relatório da Polícia Federal também detalha como até familiares dos alvos foram espionados. No caso de Jean Wyllys, os agentes tentaram rastrear uma de suas irmãs, já que o ex-deputado estava fora do país.

O filho do ex-presidente, Jair Renan Bolsonaro, conhecido como “04”, também foi alvo de operações clandestinas. A Abin paralela recebeu ordens diretas para monitorar seu ex-sócio, Allan Gustavo Lucena do Norte, que chegou a acionar a Polícia Militar ao desconfiar da vigilância.

O episódio acabou com um agente fugindo para não ser levado à delegacia, deixando evidente o nível de amadorismo e ilegalidade do esquema.

Estado a serviço da perseguição política

O inquérito conclui que a Abin Paralela foi estruturada para atender demandas pessoais e políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro, de seu filho Carlos Bolsonaro, e de aliados do núcleo duro do bolsonarismo, como o ex-diretor da Abin e atual deputado Alexandre Ramagem.

A prática criminosa de espionagem revela o aparelhamento do Estado, que foi utilizado como instrumento de perseguição, chantagem e intimidação.

O escândalo aprofunda a crise institucional, escancarando os riscos que o Brasil correu sob um governo que transformou estruturas de inteligência em instrumentos de guerra política contra adversários e críticos.


📌 O Carioca Esclarece

O uso da Abin para espionagem sem autorização judicial é crime e viola diretamente princípios constitucionais, configurando abuso de autoridade, improbidade administrativa e formação de organização criminosa.

JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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