Brasília, 21 de julho de 2025 — O ministro Alexandre de Moraes incorporou ao inquérito contra Bolsonaro uma nova frente de investigação sobre possível uso de informação privilegiada em transações de dólar antes da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump contra o Brasil.
Conexões financeiras de um projeto golpista
O Supremo Tribunal Federal aprofunda a investigação sobre as articulações financeiras e diplomáticas que conectam Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo e a política externa da extrema direita. A nova linha de apuração, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, se debruça sobre operações cambiais suspeitas realizadas horas antes do anúncio do tarifaço de Donald Trump contra o suco de laranja brasileiro. A medida unilateral, politicamente orientada, passou a ser tratada como possível ferramenta de chantagem contra o sistema de Justiça brasileiro.
A petição da Advocacia-Geral da União (AGU), recebida no sábado e anexada por Moraes nesta segunda-feira, sustenta que transações incomuns de câmbio foram executadas em grande volume com possível acesso antecipado à decisão da Casa Branca — o que caracterizaria “insider trading”, prática proibida que consiste em lucrar com informações ainda não públicas.
De Washington à Berrini: o dólar como arma política
A suspeita não se limita a uma operação de oportunismo financeiro. O inquérito mais amplo apura a instrumentalização de tarifas internacionais como forma de pressão — e retaliação — contra instituições brasileiras que investigam os vínculos de Bolsonaro com milícias digitais, financiamento ilegal de campanha e tentativa de golpe.
O foco agora se volta para os canais que teriam permitido o vazamento da decisão norte-americana, bem como a identidade dos operadores que lucraram com o movimento abrupto do mercado cambial. Segundo a AGU, há elementos que sugerem que a manobra não foi isolada nem descoordenada. A sincronização entre o anúncio da tarifa e a operação de dólar indica acesso direto ao núcleo decisório da administração Trump.
Princípios Intransigentes
O episódio escancara, mais uma vez, o desdém de Jair Bolsonaro pelas regras democráticas e pela soberania nacional. O uso indevido de informação privilegiada, caso confirmado, não é apenas crime financeiro — é extensão do mesmo projeto autoritário que buscou desmontar instituições, sabotar a Justiça e trair os interesses do povo brasileiro.
Eduardo Bolsonaro, que integra informalmente os círculos trumpistas nos EUA, é parte central do inquérito. Deputado licenciado e operador político da extrema direita transnacional, Eduardo é investigado por interferência direta na política externa brasileira, articulando tarifas punitivas contra seu próprio país enquanto protege os interesses de aliados estrangeiros.
Mercado, Estado e ultradireita: uma engrenagem global
As investigações em curso no STF se somam a outras apurações sobre financiamento cruzado entre fundações ultraconservadoras, especulação em dólar e uso político de tarifas comerciais. O tarifaço de Trump contra o suco de laranja, além de atingir a base agrícola do Brasil, já provocou reações no setor produtivo dos EUA: empresas como a Johanna Foods acionaram a Justiça norte-americana alegando perdas milionárias e ilegalidade da medida.
No Brasil, os efeitos se espalham entre exportadores, cooperativas e pequenos produtores, reforçando a dimensão geopolítica e econômica de uma decisão que visa desestabilizar o país e enfraquecer sua soberania comercial.
Perguntas e Respostas
Quem são os alvos da nova investigação?
Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, já investigados por uso político de tarifas e possível ligação com golpe de Estado.
O que é insider trading?
Uso de informação privilegiada para obter vantagem em operações financeiras antes que se tornem públicas.
Qual o papel da AGU neste caso?
A AGU peticionou ao STF pedindo apuração sobre indícios de operação cambial baseada em vazamento ilegal de informação.
O que diz Moraes?
Moraes aceitou a petição e incorporou o novo eixo de apuração ao inquérito já em andamento no STF.
Qual o impacto da tarifa de Trump?
A medida afeta diretamente o setor de sucos do Brasil, com perdas estimadas em bilhões e possível colapso das exportações.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		