terça-feira, 04/11/25 - 18:49:25
22 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaNikolas Ferreira é condenado por discurso racista e transfóbico contra psicóloga trans
Colecionando Condenações

Nikolas Ferreira é condenado por discurso racista e transfóbico contra psicóloga trans

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi condenado pela Justiça de Minas Gerais a pagar R$ 30 mil de indenização à psicóloga trans Andreone Medrado devido a publicações consideradas racistas e transfóbicas. A decisão judicial também obriga o parlamentar a remover ou editar o vídeo ofensivo de suas redes sociais, segundo apuração do colunista Rogério Gentile, do UOL.

Em outubro de 2023, Nikolas publicou uma foto de Andreone com a frase: “Ai de você se reclamar se um negão desse aqui entrar aí no banheiro da sua filha, né? Porque aí você, meu irmão, vai gerar um problemão, vai ser o homofóbico.” Essa mensagem foi amplamente denunciada por ser ofensiva e discriminatória, atingindo diretamente a psicóloga e potencializando discurso de ódio contra a comunidade trans e negra.

Argumentos da autora e sua defesa

Andreone, doutora em Psicologia e coordenadora-geral do Núcleo de Consciência Negra, ingressou com ação judicial sustentando que as publicações do deputado não só a insultaram como propagaram sensacionalismo transfóbico, incitando preconceito contra a militância LGBTQIA+.

As advogadas Mariana Serrano e Izabelle Vicente reforçaram que o discurso de Nikolas não dialogava com críticas políticas legítimas, mas com ataques pessoais carregados de racismo e transfobia, ferindo direitos fundamentais.

Mais Notícias

Eduardo Bolsonaro se diz vítima de perseguição por denúncia da PGR

Deputado licenciado rebate acusação de coação e acusa sistema judicial de uso político em disputa no STF.

Fabiano Contarato é eleito presidente da CPI do Crime Organizado

Senado escolhe senador do PT para comandar comissão que investigará facções criminosas e milícias, com relatoria de Alessandro Vieira.

Defesa do deputado e entendimento judicial

A defesa de Nikolas, liderada pelo advogado Thiago de Faria, alegou imunidade parlamentar, argumentando que o conteúdo publicitário tinha caráter político, relacionado ao desempenho do mandato, e não configurava ato ilícito.

Porém, a juíza Denise Pinheiro rejeitou esse argumento. Em sua decisão, destacou que o problema não seria a crítica ao acesso de pessoas trans a banheiros femininos, considerada legítima dentro da imunidade parlamentar, mas o modo ofensivo e discriminatório do discurso.

“A imunidade material alcançaria manifestação contrária à utilização de banheiros femininos por pessoas de sexo biológico masculino, sem risco de caracterização de transfobia”, pontuou a magistrada. “Entretanto, ao chamar a autora de ‘o negão’ e incitar os pais a rejeitarem a convivência entre suas filhas e a requerente, o réu ultrapassou a crítica política, atingindo a ofensa pessoal de cunho racista e transfóbico.”

Impactos e repercussões políticas

Essa condenação do deputado reforça o combate judicial contra discursos de ódio na política, sobretudo no contexto da emergência dos direitos trans e da população negra. A sentença estabelece uma linha clara entre liberdade de expressão parlamentar e incitação a preconceitos que atentam contra dignidade e direitos humanos.

Por outro lado, o caso evidencia a persistência de ataques transfóbicos em ambientes políticos e digitais, demonstrando a necessidade de maior fiscalização e responsabilização para figurem públicas que disseminam ódio.

JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Eduardo Bolsonaro se diz vítima de perseguição por denúncia da PGR

Deputado licenciado rebate acusação de coação e acusa sistema judicial de uso político em disputa no STF.

Fabiano Contarato é eleito presidente da CPI do Crime Organizado

Senado escolhe senador do PT para comandar comissão que investigará facções criminosas e milícias, com relatoria de Alessandro Vieira.

TCU identifica indícios graves e cobra Hugo Motta por funcionárias fantasmas

Área técnica do tribunal exige comprovação sobre trabalho das servidoras no gabinete do presidente da Câmara

Carlos Bolsonaro reafirma aliança com Carol de Toni enquanto deputada de SC diz que pai forçou sua candidatura ao senado para salva-lo

A deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) afirmou em entrevista que o ex-presidente Jair Bolsonaro lançou o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato ao Senado por Santa Catarina com objetivo de “salvar o filho” de pressões...

Justiça manda Nikolas Ferreira apagar post que chamou PT de “partido dos traficantes”

Decisão liminar afirma que imunidade parlamentar não cobre ataques pessoais fora do exercício do mandato

Mais Notícias

Assuntos:

Recomendadas