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Ligações Perigosas

Suplente de Damares recebeu R$ 500 mil de empresa de cannabis ligada ao Careca do INSS

Relatório do Coaf aponta que a World Cannabis repassou R$ 500 mil ao suplente de Damares Alves, ampliando suspeitas sobre lobby e influência política.

O Coaf revelou que a World Cannabis, empresa ligada ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, transferiu R$ 500 mil ao advogado Manoel Arruda (União Brasil-DF), primeiro suplente da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). O repasse ocorreu em novembro de 2024 e está sob análise da CPMI do INSS, ampliando o cerco sobre as relações entre política e negócios suspeitos envolvendo o setor de cannabis medicinal.

Segundo relatório de inteligência financeira, a operação partiu da empresa Camilo Comércio e Serviços S/A, que atua sob o nome fantasia World Cannabis (WorldCann). A companhia foi fundada em abril de 2023 e, em pouco mais de um ano, já declarava faturamento superior a R$ 4 milhões, cifra considerada atípica pelo Coaf, que identificou inconsistências graves.


World Cannabis, Careca do INSS e a ligação política

O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes é investigado na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, por suspeita de irregularidades financeiras. Seu filho, Romeu Carvalho Antunes, aparece como diretor da empresa, que mantém filiais em São Paulo, Lisboa, Miami e Bogotá.

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O advogado Manoel Arruda, além de suplente de Damares Alves, preside o União Brasil no Distrito Federal. Ele confirmou que foi contratado para prestar consultoria jurídica e intermediar parceria com a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), dentro do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde.

Contudo, após a deflagração da operação da PF, o contrato foi rescindido. Documentos bancários mostram que, em 19 de maio de 2025, o escritório de Arruda devolveu integralmente os R$ 500 mil, apesar de alegar já ter prestado serviços por seis meses.


As versões dos envolvidos e o silêncio de Damares

A assessoria de Manoel Arruda alegou “impossibilidade ética e moral” de continuar a prestação de serviços à World Cannabis e garantiu não manter vínculos com o lobista. Já Damares Alves tentou se afastar do escândalo, afirmando não ter “qualquer relação ou conhecimento sobre os negócios de seu suplente”.

A defesa de Antonio Carlos Camilo Antunes, conduzida pelo advogado Cleber Lopes, declarou não possuir informações sobre o repasse. No entanto, o caso expõe contradições: a própria Damares, meses antes, havia defendido a World Cannabis no Senado, afirmando que o confisco de bens da empresa poderia prejudicar pacientes que dependem de medicamentos à base de canabidiol.


Implicações políticas e sociais

O episódio revela não apenas possíveis irregularidades financeiras, mas também um delicado conflito entre interesses privados e decisões públicas.

“Muitos pacientes conseguem ter alguma qualidade de vida justamente porque fazem uso desse medicamento”, disse Damares Alves em maio, na Comissão de Assuntos Sociais.

A declaração, somada ao repasse milionário da empresa ao seu suplente, levanta questionamentos sobre influência política e lobby no setor de saúde.

O Coaf classificou como “expressivo” o faturamento da World Cannabis e alertou para divergências entre os valores declarados e a realidade do mercado. Já em depoimento à CPMI, o Careca do INSS negou vínculos com parlamentares, embora tenha admitido visita ao senador Weverton Rocha (PDT-MA) para tratar de produtos à base de cannabis.


Repercussão e impactos

A denúncia aprofunda a crise de credibilidade de setores políticos ligados ao conservadorismo, evidenciando como discursos morais contrastam com relações de bastidores. O caso também pressiona o Ministério da Saúde e o Congresso a esclarecerem a real transparência no mercado de medicamentos à base de cannabis, um tema que envolve interesses bilionários e milhares de pacientes.

Para além das declarações oficiais, a contradição é clara: enquanto a senadora se apresenta como voz conservadora, seu entorno político se beneficia de negócios que transitam justamente em áreas que ela costuma criticar.

JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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