Brasília – Em entrevista exclusiva à jornalista Raquel Landim, do UOL, o ex-presidente Jair Bolsonaro abordou temas polêmicos relacionados às investigações da Polícia Federal e seus planos políticos para 2026.
Ele cogitou buscar abrigo em uma embaixada caso seja alvo de prisão e reafirmou sua intenção de se candidatar à presidência, mesmo estando inelegível.
Bolsonaro negou envolvimento em supostos planos de golpe ou atentados contra autoridades como Luiz Inácio Lula da Silva, Alexandre de Moraes e Geraldo Alckmin.
O ex-presidente se disse vítima de perseguição e descartou qualquer articulação para ações violentas ou inconstitucionais.
Indiciamento e plano de golpe
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro por suspeita de envolvimento em um suposto plano para sequestrar e matar líderes políticos. Ele afirmou desconhecer o “Plano Verde e Amarelo”, documento apreendido que mencionaria ações contra o presidente Lula e outras figuras públicas.
Bolsonaro questionou a teoria de que ele teria liderado tais ações e criticou a condução das investigações, atribuindo-as a uma perseguição política comandada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Discussões sobre artigos constitucionais
Em resposta a indagações sobre sua interação com comandantes das Forças Armadas, Bolsonaro admitiu que discutiu a possibilidade de usar artigos da Constituição relacionados a estado de defesa ou sítio para questionar as eleições de 2022. Ele negou, no entanto, que tais conversas tenham resultado em qualquer tentativa prática de golpe.
“Discutir artigos da Constituição não é crime. Foi algo que ficou no campo teórico”, afirmou Bolsonaro. Ele ressaltou que, após análises, decidiu seguir o caminho jurídico no TSE, embora tenha considerado as decisões arbitrárias.
Possível exílio e acusações de perseguição
Bolsonaro declarou que avalia se refugiar em uma embaixada caso se sinta ameaçado por uma prisão. “Quem se vê perseguido pode ir para lá”, disse. Ele também negou que tivesse fugido de qualquer acusação, apontando que retornou ao Brasil após um período nos Estados Unidos.
O ex-presidente criticou o Supremo e o sistema eleitoral, reafirmando sua inocência em relação às investigações. “Sou um réu sem crime. Estou sendo condenado sem provas”, alegou.
Candidatura para 2026 e escolha de vice
Bolsonaro confirmou sua intenção de se candidatar à presidência em 2026, mesmo estando inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sobre seu possível vice, ele sugeriu um nome do Nordeste, afirmando que seria “um pau de arara, um cabra da peste”.
Ele argumentou que tem apoio popular e que continuará sua trajetória política, independentemente das adversidades.
Entenda, saiba mais e tire suas dúvidas
Bolsonaro pode realmente se refugiar em uma embaixada?
Sim, juridicamente é possível buscar refúgio em embaixadas estrangeiras, mas a decisão depende da aceitação do país anfitrião.
O que é o “Plano Verde e Amarelo”?
É um documento apreendido pela Polícia Federal que teria propostas para ações extremas, como atentados contra lideranças políticas. Bolsonaro nega envolvimento.
Ele pode ser candidato em 2026?
Atualmente, ele está inelegível até 2030 devido a uma decisão do TSE, mas insiste que irá concorrer e busca reverter a inelegibilidade.
O que Bolsonaro diz sobre as acusações?
Ele afirma ser vítima de perseguição política e nega qualquer envolvimento nos planos investigados pela Polícia Federal.
Como estão as investigações da PF?
A denúncia precisa ser aceita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para que Bolsonaro se torne réu no caso.
