Cobranças

Alexandre de Moraes Moraes se reúne com Cláudio Castro após operação no Rio com 121 mortos

Ministro do STF cobra preservação de provas e cumprimento da ADPF das Favelas; encontro ocorre no Centro Integrado de Comando e Controle, no Rio de Janeiro.

Juliana Martins
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Juliana Martins é jornalista carioca focada em cultura, eventos e vida urbana no Rio de Janeiro. Seu trabalho destaca histórias do cotidiano e curiosidades locais, conectando...
Alexandre de Moraes - Foto: Antonio Augusto/STF

Após a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se reunirá nesta segunda-feira (3) com o governador Cláudio Castro e outras autoridades fluminenses para discutir a ação no âmbito da ADPF das Favelas, que define parâmetros para operações em comunidades.


STF exige preservação de provas e acesso à Defensoria

No domingo (2), Moraes determinou que o governo do Rio preserve todos os elementos materiais relacionados à operação, incluindo perícias, vestígios e cadeias de custódia. A decisão atendeu a pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que solicitou acesso às provas para eventual realização de contraprovas periciais.

O ministro enfatizou que agentes de segurança e profissionais de saúde devem manter intactos vestígios de crimes e impedir remoções ou descartes de objetos que integrem o conjunto probatório. Também ordenou que órgãos de polícia técnico-científica documentem os laudos com registros fotográficos e esquemas detalhados.


Reunião no Centro Integrado de Comando e Controle

A audiência está marcada para as 11h, no Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Militar, no centro do Rio.
Moraes determinou que o governador Cláudio Castro apresente informações detalhadas sobre a operação, incluindo planejamento, execução e protocolos adotados nas comunidades.

Devem participar do encontro:

  • Victor Santos, secretário de Segurança Pública;
  • coronel Marcelo de Menezes, comandante da Polícia Militar;
  • delegado Felipe Curi, chefe da Polícia Civil;
  • Waldyr Ramos, diretor da Superintendência Geral de Polícia Técnica Científica;
  • além de representantes municipais da capital fluminense.

Encontros com o Judiciário e Eduardo Paes

No período da tarde, Moraes terá reuniões com integrantes do Judiciário estadual e com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Os encontros, também no Rio, têm como foco a análise dos procedimentos adotados durante e após a incursão policial, especialmente no que se refere ao cumprimento das determinações do STF para operações em áreas densamente povoadas.


Defensoria pede revisão independente

A Defensoria Pública da União alegou que não pôde acompanhar presencialmente os exames periciais nos corpos e pediu preservação integral do material. O objetivo é permitir revisão técnica independente dos laudos produzidos pelas equipes estaduais e assegurar transparência no processo.

De acordo com autoridades fluminenses, a operação teve como alvo grupos ligados ao Comando Vermelho (CV). Corpos encontrados em áreas de mata foram removidos para a Praça da Penha, onde equipes técnicas realizaram levantamentos e registros fotográficos.


ADPF das Favelas e controle das operações

O processo referente às condições de atuação policial em favelas do Rio é relatado por Alexandre de Moraes no Supremo. A ADPF das Favelas estabelece parâmetros para documentação, preservação de provas, armazenamento eletrônico de registros e controle externo da atividade policial, com acesso do Ministério Público aos elementos coletados.

A ação foi aberta após uma série de operações com alto número de mortes no estado e busca reduzir a letalidade policial e garantir fiscalização independente das forças de segurança.

Juliana Martins
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Juliana Martins é jornalista carioca focada em cultura, eventos e vida urbana no Rio de Janeiro. Seu trabalho destaca histórias do cotidiano e curiosidades locais, conectando os leitores com a cidade de forma leve e envolvente.