O Confronto Entre CV E Milícia voltou a colocar a Zona Oeste do Rio de Janeiro sob fogo cruzado neste domingo (2), quando criminosos do Comando Vermelho (CV) tentaram invadir a comunidade da Carobinha, em Campo Grande, território dominado por milicianos.
O ataque partiu de redutos do tráfico na Vila Kennedy e na Muzema, segundo relatos de moradores, que descreveram um cenário de guerra urbana marcado por tiros intensos e pânico coletivo.
Guerra entre facções paralisa a Zona Oeste
De acordo com informações preliminares, o ataque teria sido articulado por Luiz Carlos Bandeira, conhecido como Zeus, apontado como liderança do tráfico na Muzema, e por Rodney Freitas de Lima, o RD, ligado à facção da Penha, na Zona Norte. Ambos são investigados por coordenar uma ofensiva contra áreas controladas por milícias, numa disputa que vem redesenhando o mapa do crime no Rio.
Os criminosos teriam avançado pela mata que separa a Vila Kennedy da Carobinha, buscando abrir uma nova rota para o tráfico de drogas e armas. Moradores relatam que os tiroteios começaram por volta das 18h30, momento em que o perfil Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ) confirmou disparos na região.
“Foi muito tenso, parecia guerra. Todo mundo se trancou dentro de casa”, contou uma moradora, pedindo anonimato.
A Polícia Militar informou em nota que não houve registro formal de ocorrência, mas que o policiamento foi reforçado em todo o perímetro da comunidade. A ausência de registros oficiais, porém, não diminui o medo cotidiano que marca a vida de milhares de pessoas nas zonas de conflito do Rio.
Disputa expõe falência da segurança pública no Rio
O Confronto Entre CV E Milícia revela mais do que uma guerra entre criminosos: expõe a incapacidade do Estado em garantir o controle territorial e a segurança da população. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, a Zona Oeste concentra mais de 40% dos tiroteios registrados na capital fluminense em 2025.
O avanço das facções sobre territórios milicianos se tornou uma nova etapa da guerra urbana. Especialistas em segurança ouvidos por veículos como o G1 e o O Globo apontam que as milícias — originalmente formadas por ex-policiais — perderam força após prisões de lideranças, abrindo espaço para o retorno do tráfico em regiões antes dominadas por grupos paramilitares.
Além disso, o colapso das políticas públicas de segurança, somado à falta de investimento em inteligência policial, alimenta o ciclo de violência. “Enquanto o Estado não retoma o controle social e econômico dessas áreas, a população seguirá refém de grupos armados”, afirma um relatório do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Comunidades no meio do fogo cruzado
O impacto social dos confrontos é devastador. Escolas e comércios locais frequentemente suspendem as atividades, e linhas de ônibus deixam de circular. Em comunidades como Carobinha, Vila Kennedy e Muzema, o som de tiros já faz parte do cotidiano.
Moradores denunciam que tanto milicianos quanto traficantes impõem regras de convivência e cobram taxas ilegais. “Aqui, quem manda é quem tem fuzil. O Estado some”, relata outro morador.
Enquanto a violência se repete, cresce a sensação de abandono. O Confronto Entre CV E Milícia deste domingo é mais um capítulo de uma guerra que parece não ter fim — e que o poder público insiste em tratar como episódios isolados.
Por outro lado, as comunidades seguem desassistidas. O Confronto Entre CV E Milícia deste fim de semana mostra que o Rio continua dividido entre o domínio das armas e a incompetência estatal.


