Rio de Janeiro – Investigações conduzidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelaram mais um nome ligado ao deputado federal e candidato à prefeitura de Niterói, Carlos Jordy (PL), na lista de pagamentos secretos da Ceperj. Além de sua esposa, Lais Sant’Anna Soares, o nome do cunhado de Jordy, Allan Beckmann Dupuy, também apareceu em documentos obtidos com exclusividade.
Segundo o MPRJ, Allan realizou pelo menos quatro saques no valor de R$ 3.279 cada, em 2022, em uma agência bancária localizada no bairro Badu, Niterói. Esses saques estão relacionados a uma série de pagamentos suspeitos realizados pela Fundação Ceperj, órgão do governo do estado, alvo de uma investigação sobre corrupção e contratação irregular de funcionários.
Suspeitas de irregularidades
As suspeitas sobre a Ceperj surgiram em 2022, após a descoberta de uma “lista secreta” de contratação de funcionários sem publicação no Diário Oficial. Os pagamentos, feitos majoritariamente em dinheiro, somaram quase R$ 226,5 milhões em poucos meses. Segundo o MPRJ, essas movimentações facilitavam a lavagem de dinheiro e dificultavam a rastreabilidade dos valores.
Entre as irregularidades apontadas, estão a falta de documentos que comprovem a prestação dos serviços contratados e a suspeita de funcionários fantasmas. Outro ponto levantado pela investigação é a possível divisão de salários com padrinhos políticos, algo que agrava as denúncias contra figuras públicas ligadas a esses nomes.
Envolvimento de parentes de Jordy
Além de Allan Dupuy, a esposa de Carlos Jordy, Lais Sant’Anna Soares, também está na lista da folha de pagamento da Ceperj. De acordo com o colunista Lauro Jardim, ela teria recebido dinheiro na boca do caixa antes de seu casamento com Jordy.
Carlos Jordy, ao ser questionado sobre o envolvimento dos parentes, negou ter conhecimento do caso e afirmou que sua esposa participava de um projeto da UERJ vinculado ao programa Segurança Presente. Quanto ao cunhado, disse que desconhece os saques de Allan e afirmou que ele tem contato com outros políticos.
Outro nome que aparece na lista é o de Vera Lucia Correia Damasio, mãe de Marcos Damasio, candidato a vereador e correligionário de Jordy. Vera Lucia teria feito três saques no mesmo valor de R$ 3.279, também em 2022, na agência do Bradesco em Piratininga. Jordy admitiu conhecer Vera Lucia, mas negou envolvimento com os pagamentos da Ceperj, alegando que Marcos Damasio trabalhou por anos na Faetec, outro órgão do governo estadual.
Investigações continuam
As investigações do MPRJ seguem em curso, com foco em desvendarem o esquema que envolve centenas de saques em dinheiro realizados em agências bancárias. O escândalo levanta questões sobre a gestão e transparência nos contratos e pagamentos da Ceperj, ampliando as suspeitas de corrupção em projetos do governo estadual.
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Perguntas frequentes sobre o escândalo da Ceperj
O que é a Ceperj e por que está sob investigação?
A Ceperj é uma fundação do governo estadual do Rio de Janeiro, atualmente investigada por contratações irregulares e pagamentos sem transparência, em sua maioria realizados em dinheiro.
Qual o envolvimento de Carlos Jordy no caso?
Embora seu nome não esteja diretamente ligado aos pagamentos, parentes de Jordy, como sua esposa e cunhado, aparecem na lista de saques, o que levanta suspeitas sobre seu possível envolvimento indireto.
Qual o impacto financeiro do esquema da Ceperj?
Os pagamentos suspeitos, feitos em dinheiro, somam quase R$ 226,5 milhões, complicando a rastreabilidade e abrindo espaço para suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção.