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Secretaria de Saúde rebate acusações e esclarece ausência em audiência sobre corpos no Salgado Filho

Pasta afirma que acusações de má-fé carecem de provas e que prazo curto inviabilizou presença na CPI da Câmara Municipal.

JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Daniel Soranz - Secretario Municipal de Saúde do Rio

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) se manifestou junto ao jornal Diário Carioca, nesta quinta-feira (23) em resposta às declarações feitas durante a audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, que tratou das denúncias sobre corpos mumificados encontrados no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.

O caso, revelado inicialmente pelo Instituto Médico Legal (IML), levantou suspeitas de possíveis irregularidades nos procedimentos hospitalares. O secretário de Saúde, Daniel Soranz, foi convidado para participar da audiência, mas não compareceu nem enviou representante.

Em nota, a Secretaria explicou que não houve tema específico definido no convite, constando apenas a indicação genérica de “debater os últimos fatos ocorridos no Hospital Salgado Filho”. Segundo a pasta, o prazo de apenas seis dias úteis entre o convite e a data da audiência inviabilizou a participação de representantes, uma vez que “a organização de uma audiência pública requer planejamento prévio e a preparação de informações técnicas e administrativas adequadas ao debate”.


Resposta às acusações

A SMS afirmou que aguarda que o vereador Rogério Amorim apresente provas concretas que sustentem as acusações de má-fé por parte de servidores municipais. A Secretaria também declarou esperar a conclusão do inquérito conduzido pela Polícia Civil, com a identificação dos pacientes investigados e um parecer técnico conclusivo.

“Até o momento, o que existe são suposições e, até que se prove o contrário, os óbitos ocorreram por causas naturais, sem qualquer comprovação de conduta irregular intencional”, diz o comunicado.

A servidora responsável pelo setor foi afastada preventivamente para garantir a transparência da apuração. A Secretaria ressaltou que, caso não se comprove a existência de má-fé, os autores das acusações deverão se retratar publicamente.

A SMS reforçou ainda seu compromisso com “a verdade, a ética no serviço público e o respeito aos profissionais da saúde municipal”.


Próximos passos

A Secretaria informou que permanece à disposição para dialogar com o Legislativo e com a sociedade, e reiterou seu compromisso com a transparência e a melhoria contínua da rede municipal de saúde.

A pasta também propôs a realização de uma audiência específica para discutir os casos de fechamento de unidades de saúde por questões de segurança — mais de 800 ocorrências registradas, segundo dados da SMS —, com destaque para a região do Grande Méier, sob jurisdição da 23ª DP.

A Polícia Civil anunciou que novas oitivas estão previstas para o próximo mês, e a investigação segue sob segredo de justiça.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.