A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou neste domingo (2) a identificação de 115 dos 117 mortos na megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. O balanço mostrou que 17 dos mortos não tinham antecedentes criminais, mas o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que o dado “não significa nada”.
Declaração polêmica do secretário
Segundo Curi, o fato de parte dos mortos não ter registros anteriores não altera o diagnóstico das forças de segurança sobre a ação.
“Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas, não significa nada. Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato”, declarou o secretário. O fato é que as imagens das câmeras ainda não apareceram.
O delegado afirmou ainda que os relatórios finais de perícia e investigação serão encaminhados aos órgãos competentes, e que a identificação não encerra o trabalho da polícia.
Perfil dos mortos e origem fora do estado
O levantamento da Polícia Civil mostra que mais de 95% dos mortos tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho (CV).
Dos 117 mortos, 62 eram de fora do Rio de Janeiro, o equivalente a 54% do total.
O relatório indica ainda que 59 tinham mandados de prisão pendentes e 97 apresentavam histórico criminal.
Entre os 17 sem antecedentes, 12 apresentaram indícios de envolvimento com o tráfico de drogas por meio de imagens e publicações em redes sociais.
Origem dos mortos de fora do estado:
- 19 do Pará
- 9 do Amazonas
- 12 da Bahia
- 4 do Ceará
- 2 da Paraíba
- 1 do Maranhão
- 9 de Goiás
- 1 do Mato Grosso
- 3 do Espírito Santo
- 1 de São Paulo
- 1 do Distrito Federal
O documento da Polícia Civil ressalta que há chefes de organizações criminosas de 11 estados atuando no Rio, representando quatro das cinco regiões do país.
Governo do Rio comemora operação
O governador Cláudio Castro (PL) voltou a defender a ação policial, considerada a mais letal da história do Rio.
“Foi um duro golpe na criminalidade. Entre os mortos, havia diversos líderes criminosos. Conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e enfrentar criminosos de alta periculosidade depende de ações unificadas e inteligentes. É o início de um grande processo no Brasil”, afirmou Castro.


