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Bolsonaristas se acorrentam em Brasília para pedir anistia

Vigília bolsonarista por anistia escancara esvaziamento político

Com discursos místicos, cartazes genéricos e promessas de orações, dez apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram, na noite de segunda-feira (28), uma vigília pífia em Brasília exigindo a anistia aos golpistas do 8 de Janeiro.

O ato, realizado em frente à Torre de TV, expôs o profundo esvaziamento político do bolsonarismo mais radical — e sua completa desconexão com o clima político nacional.

Liderado pela advogada Tanieli Telles, o grupo carregava uma lista com 150 nomes de condenados por tentativa de golpe de Estado. Ela insiste que o protesto “é espiritual, não político”, ainda que o objetivo declarado fosse pressionar a Câmara dos Deputados a votar o projeto de lei de anistia, congelado no Congresso.

“Nós não deixaremos de orar até que o último preso seja solto”, afirmou Telles, ignorando que os crimes foram julgados com provas documentais e aval do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Sem povo, sem força, sem pauta: a anistia morreu

O cenário da vigília era o retrato de um movimento que perdeu sua relevância: menos de uma dúzia de pessoas, discursos delirantes e nenhuma presença de parlamentares ou lideranças políticas.

📉 Indicadores do esvaziamento:

ElementoSituação
Participação popularInferior a 10 pessoas
Apoio institucionalNulo
Cobertura midiáticaIrrisória
Relevância legislativaProjeto fora de pauta desde 18/07
Reação públicaRejeição ampla à ideia de anistia

Mesmo com apelos da bancada do PL, o projeto de anistia segue parado. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, não demonstrou qualquer intenção de retomá-lo. A crise diplomática com os Estados Unidos, após o tarifaço de Donald Trump, empurrou o tema para a periferia da agenda política.


Fé, delírio e revisionismo: quando a pauta vira piada

Sem propostas concretas, os manifestantes tentaram dar um tom messiânico ao fiasco. Ilda dos Santos, autointitulada missionária de 84 anos, afirmou: “Deus tem nos visitado com muito poder”. Célia Santos, irmã de uma presa por participar da tentativa de golpe, disse que com “Jesus somos invencíveis” — ainda que a Justiça tenha sido bastante clara em condenar o ato antidemocrático.

A espiritualização do protesto serve como disfarce para a incapacidade política de reverter as condenações — todas baseadas em provas, depoimentos e imagens coletadas nos ataques ao Congresso Nacional, Planalto e STF em 2023.


Não à anistia: democracia não se negocia com golpistas

A proposta de perdoar os autores de uma tentativa de destruição institucional é inaceitável sob qualquer ótica democrática. Anistiar golpistas seria relativizar o Estado de Direito, enfraquecer o Judiciário e naturalizar o uso da violência contra instituições legitimamente constituídas.

Setores jurídicos, organizações internacionais e até partidos de centro já enterraram politicamente a ideia de anistia. A Organização dos Estados Americanos (OEA), que chegou a receber queixas de familiares de condenados, não se manifestou a favor da causa.

Relembre os fatos em: www.diariocarioca.com/politica


A vergonha de um projeto moribundo

A vigília bolsonarista não foi um ato de fé — foi um ato de desespero, reduzido ao folclore. A insistência em transformar golpistas em mártires espirituais é uma afronta à democracia e à memória institucional do Brasil.

A anistia aos condenados do 8 de Janeiro não prosperará, não por falta de orações, mas porque o país aprendeu a duras penas o custo de ignorar ataques autoritários.


JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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