A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou nesta segunda-feira (8) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele seja autorizado a deixar a prisão domiciliar e se deslocar até o Hospital DF Star, em Brasília, no próximo domingo (14). O objetivo, segundo os advogados, é a realização de um procedimento de remoção de lesões na pele, sem necessidade de internação.
No documento, os defensores afirmam que Bolsonaro enfrenta problemas de saúde desde o início do cumprimento da prisão domiciliar, em agosto, e anexaram um relatório médico para justificar o deslocamento. A previsão é de que a alta médica ocorra no mesmo dia.
Defesa fala em quadro delicado
Aliados próximos reforçam a versão de que a saúde do ex-presidente estaria fragilizada. O advogado Paulo Cunha Bueno declarou na semana passada que Bolsonaro vive uma “situação bastante delicada”. Já o coronel Ricardo Augusto de Mello Araújo (PL), vice-prefeito de São Paulo, relatou que o ex-mandatário estaria “abatido” e teria perdido cerca de 3 kg. O vereador Carlos Bolsonaro (PL), um de seus filhos, afirmou que “o velho não está bem e depende de medicações”.
Pedido às vésperas do julgamento da trama golpista
O requerimento acontece um dia antes da retomada do julgamento do núcleo central da trama golpista no STF. O processo pode levar à condenação de Bolsonaro e outros sete acusados, entre eles ex-auxiliares e militares de alta patente, por tentativa de subversão da ordem democrática.
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O julgamento será retomado nesta terça-feira (9) com o voto do relator, Alexandre de Moraes, que deve apresentar sua análise das provas levantadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e das contestações feitas pelas defesas. A expectativa é de que sua manifestação dure cerca de quatro horas.
Na sequência, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, em uma sessão que deve se estender até quinta-feira (11).
Contexto político e jurídico
A solicitação da defesa ocorre em um momento de forte tensão, já que a decisão do STF sobre o caso pode consolidar a responsabilidade criminal de Bolsonaro na tentativa de golpe. Para analistas políticos, o pedido de deslocamento médico às vésperas do julgamento pode ter um duplo efeito: garantir o tratamento de saúde necessário e, ao mesmo tempo, alimentar a narrativa de vitimização que tem sido explorada por aliados do ex-presidente.



