Sem Anistia

Alexandre de Moraes mantém prisão de Braga Netto

General foi candidato a vice de Bolsonaro em 2022 e é acusado de obstruir investigações sobre trama golpista

Evaristo de Paula
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Evaristo De Paula
Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação
© Marcos Corrêa/PR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (3) manter a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

O militar está preso desde dezembro de 2024, acusado de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que buscou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Condenação e fundamentos da decisão

Na decisão, Moraes destacou que Braga Netto foi condenado a 26 anos e seis meses de prisão, além do pagamento solidário de R$ 30 milhões pelos danos causados durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília.

“O término do julgamento do mérito da presente ação penal e o fundado receio de fuga do réu, como vem ocorrendo reiteradamente em situações análogas nas condenações referentes ao dia 8/1/2023, autorizam a manutenção da prisão preventiva para garantia efetiva da aplicação da lei penal”, escreveu Moraes.

O magistrado ressaltou que há risco concreto de evasão e necessidade de garantir a execução da pena.

Tentativa de interferência nas investigações

Durante as apurações, a Polícia Federal identificou que Braga Netto, apontado como um dos principais articuladores da trama golpista, tentou ter acesso a dados sigilosos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e testemunha-chave do caso.

A ação foi considerada tentativa de obstrução da Justiça, reforçando o pedido da PGR pela manutenção da prisão.

Defesa nega irregularidades

A defesa de Braga Netto nega qualquer tentativa de interferência nas investigações e afirma que o general “sempre colaborou com as autoridades”. O advogado do militar informou que vai recorrer da decisão ao plenário do Supremo.

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Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação