Brasília, 20 de agosto de 2025 – Áudios obtidos pela Polícia Federal (PF) revelam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientou o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a “esquecer qualquer crítica” ao ministro Gilmar Mendes e relatou ter mantido contato com magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) preocupados com sanções internacionais.
O material integra o inquérito que investiga a tentativa de pressão de Bolsonaro sobre a Corte para impedir o julgamento da trama golpista que buscava reverter o resultado das eleições de 2022.
Temor de sanções internacionais
Segundo o relatório da PF, em diálogo gravado em 27 de junho de 2025, Bolsonaro afirmou ao filho:
“Esqueça qualquer crítica ao Gilmar.”
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O ex-presidente explicou ainda que vinha “conversando com alguns do STF” e que “todos ou quase todos demonstram preocupação com sanções”, referindo-se a possíveis medidas restritivas impostas pelos Estados Unidos, semelhantes à Lei Magnitsky, que pune agentes públicos envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos.
O documento não detalha quais ministros teriam participado dessas conversas, mas destaca que a orientação de Bolsonaro visava proteger-se de punições internacionais enquanto tentava interferir no andamento das investigações no STF.
Prisão domiciliar e descumprimento de medidas
O relatório reforça que essas articulações, junto com outras evidências da tentativa de fuga e pressão sobre magistrados, motivaram o ministro Alexandre de Moraes a impor medidas cautelares contra Bolsonaro. O descumprimento dessas restrições levou à prisão domiciliar do ex-presidente, mantendo-o sob monitoramento eletrônico enquanto se desenrola a ação penal referente à trama golpista.



