O Congresso Nacional fez sua escolha: preferiu salvar bandidos de colarinho branco a garantir luz elétrica para 60 milhões de brasileiros pobres. Enquanto a MP da Tarifa Social – que dá conta de luz gratuita para as famílias mais vulneráveis – perde validade nesta quarta-feira (17), os deputados priorizaram votar a PEC da Blindagem que protege políticos corruptos.
É a mais cristalina expressão do projeto de poder das elites: o povo passa fome, fica no escuro, enquanto a bandidagem política recebe foro privilegiado, voto secreto e imunidade total. Uma escolha consciente entre a vida dos pobres e a impunidade dos ricos.
Como o Congresso matou a luz dos pobres
A MP 1.179/2025, assinada por Lula em 21 de maio, beneficia 60 milhões de brasileiros com isenção total ou desconto na conta de luz. Famílias com renda per capita de até meio salário mínimo têm energia gratuita até 80 kWh/mês. Outras 20 milhões recebem descontos de 12%.
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Mas esta terça-feira (16) era a última chance para a Câmara votar a medida antes do prazo final de 120 dias. O Centrão escolheu deliberadamente sabotar a votação para priorizar a PEC da Impunidade. Hugo Motta, Alexandre Silveira – todos sabiam. E escolheram os bandidos.
Quem são os verdadeiros beneficiados
Enquanto 60 milhões de brasileiros terão que escolher entre luz e comida, os 513 deputados estarão protegidos por:
- Voto secreto para evitar prisão de colegas corruptos
- Prazos de 90 dias para engavetar processos
- Foro privilegiado para presidentes de partido
- Imunidade para crimes de responsabilidade
É o maior pacote de impunidade da história da democracia brasileira. Um salvo-conduto para o crime organizado se instalar no Congresso.
O cinismo do Centrão
Hugo Motta sabia do prazo. Alexandre Silveira avisou. Os líderes partidários foram alertados. Mas preferiram negociar a própria impunidade rather que garantir um direito básico para 60 milhões de pessoas.
A mesma Câmara que acha tempo para votar em dois dias uma PEC que beneficia 513 pessoas, não consegue votar em 120 dias uma MP que ajuda 60 milhões. A matemática perversa da política brasileira: cada político vale mais que 117 mil brasileiros pobres.
As consequências reais para o povo
Sem a MP, famílias voltarão a ter que escolher entre:
- Luz ou remédio
- Energia ou gás de cozinha
- Alimentação ou iluminação
Enquanto isso, os deputados que mataram a tarifa social estarão protegidos por ar-condicionado pago pelo povo, luz 24 horas subsidiada, e salários de R$ 41 mil mensais.
O que isso revela sobre o projeto de país
O Centrão não esconde mais: seu projeto é um Brasil onde:
- Político não vai para cadeia
- Pobre não tem direito básico
- A lei protege os ricos e pune os pobres
- O Congresso é um clube de bandidos protegidos
É a volta do Brasil colônia, onde uns poucos donos do poder vivem às custas do trabalho e do sofrimento de milhões.



