Brasília, 1º de agosto de 2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira que o Brasil “sempre esteve aberto ao diálogo”, em resposta à declaração do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que disse que o petista poderia ligar para ele “quando quiser”.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, declarou Lula em publicação nas redes sociais.
A resposta ocorre após o governo norte-americano anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, válida a partir de 6 de agosto. A justificativa oficial da Casa Branca é de que ações adotadas pelo governo brasileiro estariam prejudicando empresas e cidadãos dos EUA.
Trump diz que “ama o povo do Brasil”, mas critica governo
O atrito diplomático ganhou novo capítulo nesta sexta-feira. Ao ser questionado pela TV Globo sobre a possibilidade de conversar com Lula, Trump respondeu: “Ele pode falar comigo quando quiser”.
O republicano evitou comentar os termos do tarifaço, mas criticou:
“As pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada.”
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Na mesma fala, Trump afirmou que “ama o povo do Brasil”, mas encerrou a entrevista com um enigmático: “Vamos ver o que acontece”.
Entenda o que está em jogo na disputa tarifária entre Brasil e EUA
A sobretaxa anunciada por Washington afeta produtos estratégicos da pauta exportadora brasileira, embora setores como aeronaves civis, petróleo bruto e suco de laranja tenham sido excluídos da lista final após pressão de setores econômicos dos próprios Estados Unidos.
A medida provocou reação imediata do Itamaraty e de entidades industriais no Brasil, que cobram uma reação institucional coordenada. Integrantes da equipe econômica avaliam apresentar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Produtos brasileiros afetados pela tarifa de 50%
| Produto | Setor | Impacto estimado |
|---|---|---|
| Semimanufaturados de ferro | Metalurgia | Alto |
| Etanol combustível | Agroenergia | Médio |
| Peças automotivas | Indústria | Alto |
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (2025)
Entenda o que motivou a resposta de Lula a Donald Trump
O que Trump disse sobre Lula e o diálogo com o Brasil?
Ao ser questionado sobre um possível contato com Lula, o presidente dos EUA respondeu que o líder brasileiro pode ligar “quando quiser”, sem dar sinais de iniciativa própria para diálogo.
Por que Lula respondeu publicamente?
Lula utilizou as redes sociais para reafirmar a soberania brasileira e sinalizar que o governo brasileiro não aceitará imposições unilaterais, além de reforçar que buscará proteger empresas e trabalhadores diante da medida tarifária.
A tarifa de Trump é definitiva?
O decreto já foi assinado, mas interlocutores do governo dos EUA sinalizaram que a lista de produtos pode ser ajustada, caso o Brasil adote medidas recíprocas ou busque negociação formal.
Há impacto imediato nas exportações?
Sim. A partir de 6 de agosto, produtos listados na tarifa estarão sujeitos à nova alíquota, o que pode gerar perdas bilionárias em setores industriais e agrícolas.
Há chance de conversa direta entre os presidentes?
Até agora, não há registro oficial de conversa direta entre Lula e Trump sobre o assunto. Diplomatas brasileiros tentam intermediar um canal formal com o Departamento de Estado norte-americano.
Escalada tarifária pressiona relação bilateral e pode afetar negociações multilaterais
A reação de Lula marca um ponto de inflexão na condução da política externa brasileira diante do governo Trump, que retoma estratégias protecionistas em sua nova gestão. A ausência de diálogo direto entre os dois líderes reforça o distanciamento diplomático que vem se acentuando desde o anúncio das tarifas.
O episódio também acende um alerta para parceiros comerciais do Brasil, que acompanham os desdobramentos com atenção. Setores empresariais cobram transparência e agilidade nas respostas oficiais.



