Brasília, 21 de julho de 2025 — A perícia da Polícia Federal no pen drive encontrado num banheiro da casa de Jair Bolsonaro concluiu que o conteúdo é irrelevante para as investigações. Já o celular do ex-presidente ainda está sob análise por suspeita de cooperação internacional contra o STF.
A Polícia Federal encerrou a análise do pen drive apreendido em um banheiro da residência de Jair Bolsonaro em Brasília. O dispositivo, recolhido durante operação autorizada por Alexandre de Moraes no inquérito que apura coação institucional, foi periciado no laboratório da corporação e considerado irrelevante para os desdobramentos da investigação.
A conclusão elimina o valor probatório imediato do objeto, mas não altera o contexto da apreensão: uma operação que mira o envolvimento direto do ex-presidente na tentativa de desestabilização do Supremo Tribunal Federal com apoio externo. O pen drive, encontrado em local improvável, apenas evidencia o nível de improviso e ocultamento da própria residência do investigado.
Bolsonaro negou qualquer conhecimento sobre o item. Em entrevista, alegou que alguém teria usado o banheiro e, ao sair, “voltou com o pen drive na mão”. Disse que perguntaria à esposa, Michelle Bolsonaro, se o dispositivo seria dela. Em sua própria fala, reforça a estratégia habitual: terceirizar responsabilidades e confundir a origem dos fatos.
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Princípios Intransigentes
Jair Bolsonaro é investigado por ter liderado uma articulação golpista com ramificações internacionais. Nada em sua trajetória recente permite dúvidas sobre essa intenção: há dinheiro em espécie, cooperação com agentes estrangeiros, ataques sistemáticos às instituições e um esforço calculado de construção de narrativa via redes e plataformas da extrema direita global.
O caso do pen drive é lateral. Mas o entorno é revelador: além do dispositivo, a PF encontrou US$ 14 mil em dinheiro vivo, R$ 8 mil e uma cópia de uma ação protocolada nos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes. O processo, impulsionado pela Rumble e endossado pela Trump Media & Technology Group, alega violação de liberdade de expressão.
Esse documento — impresso, guardado na casa do ex-presidente, conectado diretamente a seu filho Eduardo e ao círculo trumpista — revela a profundidade da simbiose entre o bolsonarismo e a extrema-direita estadunidense. Não é simbólico. É estratégico.
A perícia no celular de Bolsonaro ainda está em andamento e, segundo investigadores, a extração de dados em nuvem exigirá mais tempo. Os dados buscados podem estabelecer vínculos diretos entre o ex-presidente e a articulação golpista. O celular é peça-chave porque conecta Bolsonaro à infraestrutura digital, política e financeira da campanha de desinformação contra o Supremo.
Não é um detalhe técnico: é uma conexão entre o autoritarismo nacional e os financiadores do colapso democrático transnacional.
Perguntas e Respostas
O que havia no pen drive apreendido na casa de Bolsonaro?
A perícia concluiu que o conteúdo é irrelevante para o inquérito.
A quem pertencia o pen drive?
Bolsonaro disse não saber e alegou que perguntaria a Michelle Bolsonaro.
Por que a PF fez a busca?
Por ordem de Alexandre de Moraes, no inquérito que apura coação contra o STF com articulação internacional.
O que mais foi apreendido na casa de Bolsonaro?
Celular, US$ 14 mil, R$ 8 mil e uma cópia de ação movida por aliados de Trump contra Moraes.
A perícia no celular foi concluída?
Ainda não. A análise da nuvem está em andamento e pode revelar ligações com o esquema de desinformação.



