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Debate na Câmara Municipal reúne moradores e parlamentares após megaoperação policial no Rio de Janeiro

O encontro reuniu parlamentares, especialistas, defensores dos direitos humanos e moradores das comunidades afetadas para discutir os impactos das ações das forças de segurança.

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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Divulgação - A professora Jacqueline Muniz recebe moção de apoio do vereador Leonel de Esquerda

Após a megaoperação policial realizada na última semana nos Complexos da Penha e do Alemão, que resultou na morte de mais de 120 pessoas, o vereador Leonel de Esquerda (PT) promoveu, na manhã desta segunda-feira (3), um debate público na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Com o tema “O preço da guerra nas favelas: até quando o Estado vai matar em nome da segurança?”, o encontro reuniu parlamentares, especialistas, defensores dos direitos humanos e moradores das comunidades afetadas para discutir os impactos das ações das forças de segurança.

O evento contou com a participação do deputado federal Reimont (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; das deputadas estaduais Renata Souza (PSOL) e Dani Monteiro (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj; do líder comunitário Raull Santiago, do Complexo do Alemão; do advogado Carlos Nicodemos, membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH); e da ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Fabiana Silva.

Entre os mais de 100 presentes, também esteve a professora Jacqueline Muniz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em segurança pública. Ela foi recentemente alvo de uma campanha de linchamento virtual após criticar as ações policiais. Em gesto de solidariedade, Leonel apresentou uma moção de apoio à pesquisadora e repudiou os ataques sofridos por ela.

“Ela está sendo atacada pela extrema-direita por puro preconceito, pura misoginia. Ela já ocupou vários cargos na administração pública, é professora, já aplicou na prática, e conhece a favela”, afirmou.

Ao longo do debate, o parlamentar ressaltou que o combate à criminalidade não pode ser usado como justificativa para o extermínio de inocentes.

“O que a gente mais quer é o fim do crime organizado, mas não ao preço de um inocente morto, não ao preço de destruir centenas e milhares de vidas periféricas de várias formas”, destacou.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.