O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) fez duras críticas ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), nesta segunda-feira (3), ao comentar a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha que resultou em pelo menos 119 mortos. Em entrevista à TVT News, Glauber Braga classificou Castro como “criminoso em série” e defendeu sua responsabilização política e judicial.
“Não dá para fazer mediações com aquilo que ele realizou. Se trata de um criminoso, um criminoso em série, que utilizou de uma operação para fortalecer o seu poder político e para se livrar dos processos que existem contra ele”, afirmou o parlamentar.
Segundo Braga, o governador estaria motivado por pressão eleitoral e processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele afirmou que a operação não visou enfrentar a criminalidade, mas fortalecer o palanque eleitoral de Castro:
“Ele precisava se blindar das acusações, e faz isso através de uma matança.”
Críticas à política de segurança do estado
O deputado acusou o governo do Rio de atuar de forma seletiva, favorecendo grupos armados e milícias na disputa por território, e denunciou o que chamou de “terceirização do poder político”:
“Não tem absolutamente nada a ver com enfrentamento ao crime, porque o crime de colarinho branco almoça e janta com o governador do estado do Rio de Janeiro de maneira cotidiana.”
Braga também citou episódios de alianças políticas em áreas de domínio de milicianos, como visitas de Flávio Bolsonaro à Maré em 2018, apontando contradições nos discursos de segurança da extrema direita.
“As ações colocadas em prática por Cláudio Castro, para além de não serem legítimas, são criminosas e têm como objetivo protegê-lo politicamente e ampliar o seu poder político, econômico e eleitoral.”
Para o parlamentar, a extrema direita tenta usar a matança como nova bandeira política, enquanto a esquerda precisa disputar a narrativa:
“A batalha perdida é aquela que você tomou a decisão de antemão de não entrar no campo para jogar. Nós temos que fazer essa disputa. Se a esquerda ficar com medo, a gente vai perder de goleada.”
Soluções e alerta para expansão da violência
Braga destacou que as soluções reais passam por políticas sociais, citando abandono de escolas, alto índice de desemprego juvenil e ausência de um plano estadual de redução de homicídios:
“O estado do Rio de Janeiro não tem um plano de redução de homicídios, nem investimento maciço em ações sociais que garantam direitos básicos nos territórios historicamente excluídos.”
O deputado alertou ainda sobre a possibilidade de expansão da política de extermínio para outras regiões da Baixada Fluminense:
“É uma questão de sobrevivência pros moradores do Rio de Janeiro, porque senão essa política de matança se expande ainda mais para outras regiões — Queimados, Belford Roxo, Seropédica.”
Enquanto o STF cobra respostas de Cláudio Castro, organizações de direitos humanos denunciam execuções sumárias e famílias buscam desaparecidos em meio a denúncias de manipulação de cenas do crime. A TVT News segue acompanhando os desdobramentos jurídicos e políticos da maior chacina da história recente do Rio de Janeiro.

			
		
		
		
		
		

		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		